Em maio, o Washington Post informou que Jeff Dean, líder de IA da Google, orientou seus pesquisadores a serem mais reservados na publicação de estudos científicos. Essa é uma mudança significativa para uma empresa que se tornou conhecida por promover pesquisas abertas com o objetivo de não apenas aprimorar seus próprios produtos, mas também impulsionar avanços científicos.
Desde 2019, os cientistas da empresa publicaram mais de 500 documentos científicos.
Segundo o site Insider, um empregado da empresa recebeu a seguinte mensagem da direção da Google: "Não estamos mais publicando tudo. É tempo de competir e manter o conhecimento dentro de casa". Portanto, o objetivo seria incorporar as descobertas científicas aos produtos da empresa antes de divulgá-las para a comunidade científica e para os concorrentes.
Essa mudança de postura ocorreu após o lançamento do ChatGPT pela OpenAI. A OpenAI, que já era conhecida como 'ClosedAI' por se recusar a trabalhar de maneira mais aberta com a comunidade científica, viu sua ferramenta ganhar popularidade rapidamente, enquanto o espírito de colaboração científica evaporava.
A McKinsey estima que o uso de IA gerativa (da qual o ChatGPT é um exemplo) pode adicionar anualmente US$ 4,4 trilhões à economia global. Diante disso, o Google optou por adotar uma postura mais cautelosa na divulgação de ferramentas de IA, considerando seu potencial perigoso.