Parlamentares sugerem o nome da cardiologista e intensivista Ludhmila Hajjar para o Ministério da Saúde. Ela tem reforçado o que diz a comunidade científica, defendendo vacina e medidas de isolamento social e dizendo que não há tratamento para Covid-19. Atual minstro da Saúde, Eduardo Pazuello, tem recebido críticas pela condução na pandemiaTomaz Silva/Agência BrasilAliados do presidente Bolsonaro defenderam nos últimos ao presidente e a integrantes do Palácio do Planalto que seja feito um “rearranjo” de ministérios — começando pela troca urgente do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para que o governo consiga se preparar politicamente à oposição do ex-presidente Lula, que voltou ao tabuleiro eleitoral na semana passada.Partidos do Centrão e integrantes do MDB do Senado, por exemplo, defendem políticos para vagas como o Ministério da Educação, Ministério de Relações Exteriores, Minas e Energia — além da "cozinha" do Planalto, como Casa Civil e a própria Secretaria de Governo.Hoje, todos esses cargos estão ocupados por nomes escolhidos pelo presidente sem participação de partidos – e pertencem ou à chamada ala ideológica ou ao grupo de militares do governo.Parlamentares ouvidos pelo blog avaliam junto ao Palácio do Planalto que, por conta do agravamento e da cobrança por solução na pandemia, o primeiro a ser trocado precisa ser Pazuello, e sugerem o nome da médica Ludhmila Abraha?o Hajjar. A cardiologista e intensivista, segundo o blog apurou, está dedicada a vários projetos acadêmicos em andamento e ainda não recebeu nenhum convite oficial do governo. No entanto, tem apoio político de diferentes partidos, como DEM e PP, e interlocução com ministros do Supremo Tribunal Federal.Se assumir, acreditam políticos ouvidos pelo blog, o governo será obrigado a fazer uma guinada, de fato, na política de saúde — uma vez que não acreditam que ela se curvará ao negacionismo do presidente.Em 2020, ela fez parte da comissão que se reuniu com presidente Bolsonaro para discutir a cloroquina. O grupo falou sobre a falta de evidência da droga, mas Bolsonaro ignorou. Ela também disse, em entrevistas no ano passado, que “cloroquina não é vacina”, que a realidade científica era a de que não existe tratamento padrão para a Covid e que a melhor estratégia para evitar transmissão era intensificar as medidas de isolamento. Ou seja, na contramão do que defende, até aqui, o governo Bolsonaro — que faz críticas a governadores que recomendam o isolamento e defende a cloroquina para tratamento precoce em casos de Covid.VÍDEOS: Veja os comentários de Andréia Sadi