“Estamos muito felizes, pois a última vez que a imagem esteve aqui foi em 2019. Impossível não chorar, pois a emoção é enorme. Grande parte da capela foi restaurada, mas ainda faltam muitos serviços, incluindo o sistema de segurança”, diz a professora Marta Machado Soares, nascida e criada na comunidade e coordenadora de um receptivo turístico. O trabalho de restauração foi possível possível graças ao Projeto Igreja Segura, fruto de uma ação do Ministério Público de Minas Gerais com a Mitra Arquidiocesana de Belo Horizonte. Em Minas, apenas quatro templos foram contemplados nesse projeto. "A Capela de Santana ainda não oferece a segurança necessária ao bem espiritual e cultural”, informa o padre Luís Gustavo de Oliveira, titular da Paróquia São Paulo Missionário. "Nos dias em que a imagem estiver aqui, ficará em local seguro. É uma alegria muita grande receber a imagem da nossa padroeira, mesmo que por poucos dias", disse o padre. Com 60 centímetros de altura, a escultura em madeira policromada ficará em local seguro, até o final das comemorações.
História
Erguido em 1745, o singelo templo é um dos bens de grande importância histórica e cultural para a região, merecendo tombamento municipal em 2008 e sempre de laços fortalecidos com a comunidade. “São muitas passagens de nossa história nesta região”, diz Marta Machado Soares, citando alguns fatos da história mineira ocorridos ali. Entre eles, o assassinato de dom Rodrigo Castelo Branco, então administrador geral das minas, nomeado pelo governo português no final da década de 1670. O assassinato, em 1682, foi atribuído ao bandeirante paulista Manuel de Borba Gato (1649-1718)
Ainda conforme as pesquisas, a tradicional festa de Santana era realizada no local desde meados do século 18. Nesse dias de comemoração, estão presentes grupos de congados e violeiros.
Segurança
Segundo o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), foi instituído, para segurança dos bens tombados de Minas Gerais, o programa Minas para Sempre. Ele contempla contempla 57 bens do estado, e teve início efetivo em setembro/2021, com duração de 36 meses.