As novas moradoras do zoológico foram encontradas ainda filhotes, uma com 20 dias e a outra com um mês de vida, após terem sido abandonadas. De acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte, as mães das tamanduás, provavelmente, foram mortas em decorrência de atropelamentos ou por outras razões como ataques de cães ou de outros predadores.
Mesmo constando na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza como uma espécie com a classificação de ameaça de extinção “pouco preocupante”, o tamanduá-mirim ou tamanduá-de-colete tem tido as populações reduzidas ao longo dos anos.
A destruição do habitat, o tráfico de animais e a caça predatória são fatores que contribuem com essa situação. Vale ressaltar que, além do tamanduá-mirim, o país abriga o tamanduá-bandeira e também o tamanduaí, espécies também ameaçadas.
Encontro com Benedita
Após o período de quarentena, no qual as fêmeas foram monitoradas diariamente e passaram por exames clínicos, laboratoriais, além de manejo alimentar, Princesa e Cigana foram transferidas para um recinto na Praça Nacional, local onde vivem diversas espécies da fauna brasileira, como anta, veado-catingueiro, ouriço-cacheiro, capivara, lobo-guará, paca e o próprio tamanduá-bandeira.
Na Praça, as duas passaram a dividir um recinto específico com outra fêmea de tamanduá-mirim, também resgatada com um mês de vida, a Benedita. Agora, o trio está tendo a oportunidade de conviver em harmonia e sob os cuidados da equipe técnica do Zoológico.
De acordo com a bióloga e responsável pela Seção de Mamíferos do Zoo, Valéria Pereira, a expectativa é que as fêmeas possam formar um grupo ainda maior no futuro.
“Como elas ainda são novas, vamos planejar para, futuramente, colocá-las em companhia de machos que já vivem aqui para a formação de casais para reprodução”, afirma. Valéria explica que a dieta dos tamanduás no Zoológico consiste em uma papa, composta de ração de cachorro moída, farelo de trigo, leite de soja, leite em pó, ovo em pó, semente de linhaça e ainda frutas (banana, mamão) e legumes (cenoura, beterraba).
Essa mistura, própria para esses animais, é oferecida uma vez ao dia. Além disso, os animais recebem “pedaços” de cupinzeiros para que possam, eles mesmos, capturar e consumir os cupins.