Nos primeiros oito dias de agosto, o Corpo de Bombeiros de Minas já atendeu a 812 ocorrências de incêndio florestal em todo o estado. Os dados equivalem a 101 notificações de queimadas em média por dia, o que já equivale a quase o dobro dos registros em maio, quando foram 51. Somente ontem, os Bombeiros atenderam a, pelo menos, quatro ocorrências de incêndio em vegetação na Grande BH. Uma delas na Serra da Gandarela, próximo a Nova Lima, na Região Metropolitana de BH, onde um incêndio de grandes proporções começou no início da tarde e, até as 19h, o fogo ainda não havia sido totalmente controlado. Ainda na região metropolitana, outra equipe dos bombeiros foi deslocada no final da tarde para combater as chamas que atingiam uma área de vegetação às margens da MG-030, na altura do Bairro Vila da Serra, também em Nova Lima. Já em Belo Horizonte, pela segunda vez em menos de 20 dias, o Parque Municipal Renato Azeredo, no Bairro Palmares, na Região Nordeste, foi atingido pelas chamas. O fogo teria começado por volta das 15h30. Duas equipes realizaram o combate aos focos, que só foram debelados às 18h. No dia 21 de julho, mais de quatro hectares de vegetação da unidade foram queimados. O aumento da quantidade de incêndios já era esperado. E, se os dados de agosto acompanharem os dos últimos anos, a previsão é de que haja mais focos que em julho, quando o número de ocorrências ultrapassou 3 mil. Em entrevista ao Estado de Minas logo no início do período das queimadas, o professor do Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Bernardo Gontijo, explicou que o Cerrado, bioma predominante em Minas, já é adaptado para resistir às queimadas, no entanto, não as de grande proporção, que normalmente são provocadas pela ação humana.
