O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou, com indignação, a morte da menina Eloah Passos, de cinco anos.
"Que bala perdida é essa? Alguém atirou para aquele lado, essa bala não se perdeu. Essa bala foi atirada para aquele lado para atingir alguém e pegou uma criança de cinco anos de idade. Aonde é que a gente vai parar com esse tipo de comportamento, de violência? E muitas vezes é a própria polícia que atira", afirmou Lula, nesta segunda-feira (14), durante o programa semanal Conversa com o Presidente, transmitido pelo Canal Gov.
Eloah foi atingida durante conflito causado pela chegada de policiais militares para dispersar uma manifestação de moradores contra a morte de Wendel Eduardo, de 17 anos, em uma ação da Polícia Militar (PM) no Dendê, que tinha ocorrido mais cedo. O Comandante do batalhão da PM na Ilha do Governador foi afastado."Quando a gente fala assim as pessoas pensam que a gente é contra a polícia. Não somos contra polícia não, nós queremos policiais bem preparados, bem instruídos, com bastante inteligência. Agora, o que não pode é sair atirando a esmo, sem saber para onde atira. Porque a bala perdida é um pouco isso: eu atirei em alguém e matei outra pessoa. Que brincadeira é essa? Esse país não precisa disso", argumentou o presidente.
Ele comentou sobre o ocorrido ao falar sobre as possibilidades que o Brasil tem de crescer economicamente, de melhorar as condições de vida da população, e sobre a importância de criar uma cultura de paz no país e no mundo.
Na semana passada, em evento no Rio de Janeiro, o presidente já havia criticado a morte de inocentes por policiais. Ele afirmou que pobres não podem ser confundidos com criminosos.
"O povo da periferia precisa ser tratado com respeito para que nunca aconteça o que aconteceu com um menino que foi assassinado por um policial despreparado", frisou Lula. "A gente não pode culpar a polícia, mas a gente tem que dizer que um cidadão que atira num menino que já estava caído é irresponsável e não estava preparado do ponto de vista psicológico para ser policial", acrescentou, na ocasião.
O comentário foi em relação ao menino Thiago Menezes, de 13 anos, que morreu durante operação policial no último dia 7, na Cidade de Deus, na zona oeste do Rio.