"É muito importante fazer uma nova área de escape. A primeira está em pleno funcionamento e dando muito certo. Mas, para chegar naquele local, que na época foi muito criticado, é preciso vários estudos que são feitos para definir o local em que será executado. Estamos trabalhando ainda, não temos o local exato”, afirma.
Ele explica que as obras vão acontecer em paralelo. "Temos projetos executivos prontos, na fase de orçamento. As outras áreas, entre elas a Área de escape, devemos trabalhar o estudo do projeto e a parte executiva. Possivelmente, o projeto executivo da Área de Escape terá início no ano que vem.”
Redução de acidentes
Construída em 2022, a área de escape do Anel Rodoviário de Belo Horizonte, localizada na altura do Km 541 da BR-040, próximo ao Bairro Betânia,
completou um ano em 31 de julho. Desde sua inauguração, a estrutura já evitou 22 acidentes, sendo nove envolvendo caminhões e ônibus e 13 com veículos de passeio. Não houve feridos em nenhum dos casos de acionamento da estrutura, de acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).
Segundo a Polícia Militar Rodoviária (PMRv), entre 1º de agosto de 2021 e 25 de julho de 2022, 107 acidentes com vítimas foram registrados no trecho da área de escape. Já os dados entre agosto de 2022 e 25 de julho deste ano, a partir da construção da área de segurança, mostram 66 acidentes, revelando uma diminuição de 38,31%. O professor José Elievam Bessa Júnior, do Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia da UFMG, avalia que antes de especular sobre um possível local para a nova área, é importante ressaltar que esse tipo de definição exige o acesso a dados técnicos.
“Tratam-se de informações cruciais o perfil geométrico do trecho, que envolve as curvas e as subidas e descidas, e os caminhões típicos e críticos que trafegam no Anel Viário de Belo Horizonte. Dito isso, é importante ainda a compreensão de que os veículos pesados perdem os freios não necessariamente na descida mais íngreme, mas especialmente após uma sucessão de rampas dessa natureza. Sendo assim, me parece que a descida do Betânia é um lugar candidato e que possui essas características. No entanto, é necessário verificar se o entorno permitiria a realização das obras”, explica.
O especialista em transporte Silvestre Andrade concorda com o professor da UFMG. É preciso levar em conta aspectos técnicos e operacionais para a escolha. “O local do próximo precisa ser estudado, verificando os locais de acidente, antecipando o problema e tentando verificar as condições de construção (relevo, ocupação na via).”
Ele também acredita que a descida do Bairro Betânia poderia receber essa nova área de escape. “Lá é um local que merece uma área de escape. Mas o local exato, se é no trevo ou antes, para não deixar chegar no limite, (deve ser estudado). Se o motorista está descendo aquele trecho e já percebe que não está sentindo o freio, não precisa chegar no trevo. Como aconteceu no caso do primeiro”, diz, se referindo à área já existente.