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Novo ministro frustra Centrão, que não vê guinada na Saúde e destaca elo com a família Bolsonaro

Por Redação

16/03/2021 às 09:04:20 - Atualizado há
Marcelo Queiroga, escolhido para assumir o lugar de Eduardo Pazuello, é próximo do senador Flávio Bolsonaro. Parlamentares acreditam que ele não conseguirá contrariar postura negacionista do presidente. Marcelo Queiroga durante evento no Senado: médico foi escolha pessoal do presidente para o Ministério da Saúde.

Geraldo Magela/Agência Senado

Políticos aliados ao governo Bolsonaro, principalmente do Centrão, descartam a concessão de carta branca ao novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na condução dos protocolos para combate à pandemia.

Saiba quem é Queiroga

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A decisão de indicar Queiroga – e não Ludhmila Hajjar – frustrou o Centrão e também ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que pediram ao presidente nos últimos dias uma guinada no Ministério da Saúde com a escolha de um nome técnico, como o da médica, que defende posições contrárias ao negacionismo do governo.

Eles dizem que Queiroga é uma escolha pessoal do presidente – nas palavras de um auxiliar direto, “uma escolha familiar”, já que Queiroga é ligado ao senador Flavio Bolsonaro (Republicanos-RJ).

VÍDEO: veja quem é Marcelo Queiroga, escolhido para ser novo ministro da Saúde

Por conta da proximidade de Queiroga com a família, esses aliados avaliam que o novo ministro seguirá ordens do presidente, fazendo uma gestão de continuidade. Observam, como termômetro, se ele conseguirá nomear uma equipe diferente da de Pazuello, por exemplo, ou se terá de manter assessores que agradam ao presidente.

Parlamentares afirmam que, em um primeiro momento, a troca na Saúde servirá para dar impressão de que há uma “nova roupagem” para o discurso sobre a Saúde, pois vai “zerar” a discussão sobre a vacina – ou seja, diferentemente de Pazuello, que coleciona passivos menosprezando a vacinação em linha com o discurso do presidente, o novo ministro vai adotar a tônica de que a vacinação é prioridade.

No entanto, acreditam parlamentares, Queiroga dificilmente irá contrariar o presidente publicamente a respeito de tratamento precoce – bandeira de Bolsonaro sem comprovação científica –, isolamento e lockdown.

Médicos ouvidos pelo blog também descartam uma postura de enfrentamento de Queiroga com Bolsonaro para defender comprovações científicas. Ressaltam que, além da ligação com Flavio, ele é um entusiasta da figura do presidente desde 2018, tendo apoiado o projeto de campanha.
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