A cada furto, o grupo conseguia furtar até 15 toneladas de minério, detalha Luciano Guimarães, delegado regional em Sabará, em coletiva à imprensa, destacando que o ferro-gusa, alvo dos furtos, tem valor considerável, sendo de fácil revenda. Conforme aponta a investigação, os suspeitos abriam os vagões dos trens por meio de comportas localizadas abaixo da composição para que o minério fosse despejado ao longo da linha férrea e assim pudesse ser recolhido e alocado em um caminhão. Parte do grupo fazia a vigilância do local durante os trabalhos de recolhimento da carga.
Segundo o delegado, as apurações da Polícia Civil começaram em janeiro deste ano, quando aconteceu a apreensão de um caminhão carregado com o minério. “Nessa data, em razão desse furto, ocorreu um acidente ferroviário. Uma composição, carregada de ferro-gusa, que estava em direção ao porto de Vitória, descarrilou. A partir de então, realizamos diversas diligências que resultaram na identificação dos suspeitos”, pontua Guimarães, acrescentando que o acidente é provocado um “desbalanceamento da composição”, ocasionado pelo esvaziamento de vagões com a carga de minério na capacidade máxima do compartimento. “Caso o descarrilamento aconteça em área urbana, com casas ao redor, as consequências podem ser catastróficas. Já nos pontilhões, a ação criminosa pode resultar na queda do trem de grandes alturas”, completa. Durante depoimento, um dos suspeitos revelou que a empresa receptadora do produto furtado chegava a pagar R$ 1 por quilo do ferro-gusa.