Com seus sons ritmados, os grupos saíram em cortejo pelas ruas de Miguel Burnier em direção à Capela do Sagrado Coração de Jesus, onde houve missa. À frente, estava o capitão Antônio Xisto, de 88 anos, o mais velho de Ouro Preto.
"Está uma maravilha, não está?", perguntou Antônio Xisto, com alegria. Ele disse que "enquanto vida tiver", vai fazer a festa, conforme prometeu a "Nossa Senhora do Rosário e Santa Efigênia", durante um período em que esteve hospitalizado, após sofrer um acidente na ferrovia.
Presente à festa, a historiadora, pesquisadora, reinadeira e congadeira de Ouro Preto, Sidinéia Santos, destacou a "resistência e resiliência" em Miguel Burnier, que consegue se estruturar e reunir vários grupos, no período pós-pandemia, ao contrário de muitas outras localidades.
"Isso mostra a força de Antônio Xisto, nosso mais velho capitão, reverenciado por todos de nossa cidade", afirmou Sidinéia. Para ela, o reinado é essencial para a existência das festas negras em Ouro Preto, mantendo a cultura e cada vez mais viva a tradição.