Em entrevista ao Estado de Minas, Maykon disse que a mãe segue entubada na Sala de Urgência. "Ela continua em estado grave com uma lesão no pulmão e traumatismo cranioencefálico. O médico passou durante a visita e disse que não houve evolução positiva ou negativa".
Além da mãe, esposa, irmã, cunhado e primos estavam na companhia de Maykon. Todos haviam combinado de deixar o evento por volta das 3h, mas pouco antes aconteceu o atropelamento, segundo conta. "A gente estava em um canto, quando levamos um susto com o barulho do carro derrubando tudo. A primeira coisa que vi foi a garotinha de 3 anos voando. Foi uma cena de terror", lembra Maykon, que ficou emocionado durante a entrevista ao relatar sua busca por notícias da mãe.
"Quando tudo aconteceu, ela não estava perto de mim. Todo mundo entrou em desespero e começou a correr. Até então, eu não sabia se minha mãe estava bem. Comecei a procurar, mas estava tão nervoso que cheguei a passar perto do ponto onde ela estava e não a vi. Continuei procurando e acabei me deparando com ela no chão. Pediram para eu manter a calma enquanto ela era socorrida por um bombeiro. Depois, o atendimento prosseguiu dentro da ambulância do Samu", afirma.
Além disso, o estado geral de pânico, conforme conta, atrapalhou na identificação pelas equipes de resgate das vítimas que necessitavam de prioridade no atendimento. Por fim, Maykon também afirma não ter visto guardas civis e policiais militares no momento em que teve início a briga generalizada que antecedeu os atropelamentos.
Entenda o caso
Após se envolver em uma briga, um homem de 24 anos invadiu uma área onde era proibida a circulação de veículos, avançando com o carro na direção dos participantes do evento, que aconteceu no estacionamento do Estádio Municipal no bairro Aeroporto.
No boletim de ocorrência que o EM teve acesso, a polícia narra que, segundo relatado por duas testemunhas, um homem de 24 anos “teria entrado em luta corporal” com outros homens, quando deixou o local, retornou dirigindo um carro em alta velocidade, rompeu uma barreira de proteção, invadiu a área onde era proibida circulação de veículos e iniciou os atropelamentos. Ele só parou depois de bater em dois carros e tentou fugir — momento em que foi capturado por outras pessoas, sendo espancado com socos e chutes. O agressor deu entrada no HPS em estado grave, onde permanece internado sob escolta da Polícia Militar.
Uma mulher de 56 anos morreu ainda no local, e uma criança, de 3, que estava no colo dela, foi encaminhada ao HPS e depois transferida para a Santa Casa, onde, até esse sábado, permanecia internada em estado grave. A reportagem não conseguiu confirmar com a assessoria do hospital o quadro clínico neste domingo.
Vale dizer que as fontes oficiais divergem em relação ao total de vítimas. O Corpo de Bombeiros relatou que o homem atropelou sete pessoas. Já a assessoria da Polícia Militar da cidade informou que ao menos 11 participantes do evento foram atingidos. Ainda não há informações sobre a motivação para o crime, mas a instituição policial disse que nesta segunda-feira (11/9) irá divulgar um vídeo “esclarecendo e detalhando a ocorrência”.
A maioria das vítimas já foi liberada. Duas pessoas deram entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no bairro São Pedro, por meios próprios, onde foram medicadas e liberadas, ainda segundo a PM. Outras duas foram levadas para a UPA Norte, mas a reportagem não conseguiu contato com a unidade para obter uma atualização. Os demais feridos, que também foram levados ao HPS, foram liberados ontem.
Em nota, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) esclareceu que encaminhou ao local do crime uma equipe pericial para “coletar elementos que irão subsidiar a investigação”. O corpo da mulher de 56 anos foi encaminhado ao Posto Médico-legal de Juiz de Fora para ser submetido a exames, disse a instituição policial.