A Apple anunciou nesta terça-feira (12/9) o iPhone 15, nova linha de smartphones da empresa que chegará aos Estados Unidos no próximo dia 22.
A empresa apresentou os produtos em seu evento Wonderlust, realizado em Cupertino, Califórnia, que incluiu o lançamento da nova linha do Apple Watch.
O iPhone 15 vai manter as quatro versões, como na geração anterior: iPhone 15, 15 Plus, 15 Pro e 15 Pro Max. Os lançamentos da empresa de tecnologia não costumam ser globais, e nos últimos anos os iPhones mais recentes chegaram ao Brasil com cerca de um mês de atraso.
Neste lançamento, a empresa dobrou a aposta no luxo. A Apple dedicou os incrementos nos aparelhos de ponta – iPhone 15 Pro e Pro Max. Ambos receberam melhorias no acabamento, agora com titânio, e no desempenho gráfico e computacional.
Com isso, o preço do iPhone 15 Pro Max atingiu recorde e subiu para US$ 1.199 (R$ 5.934, sem contar impostos), US$ 100 (R$ 498) a mais do que o valor de venda anterior do iPhone 14 Pro Max.
Os aparelhos mais caros inovam no conjunto de câmeras, agora com zoom ótico de 5x, contra 3x da geração anterior e dos iPhones 15 e 15 Plus. Isso diminui a necessidade de intervenção computacional nas imagens. As chamadas lentes periscópicas equipadas no iPhone ampliam a distância focal com uma câmara de reflexão, sem necessidade de aumentar a espessura do aparelho.
Na primeira adaptação de formato para o óculos de realidade aumentada da Apple, os novos iPhone Pro também vão gravar "vídeos espaciais", que podem ser vistos com o Vision Pro.
A Apple também equipa os iPhones 15 Pro e 15 Pro Max com o novo processador A17 Pro, construído com precisão exclusiva no mercado de 3 nanômetros em busca de desempenho e também economia de bateria. A fabricante de smartphones fechou contrato de exclusividade com a fabricante taiwanesa de chips TSMC pela tecnologia durante este ano para manter um diferencial ante a concorrência.
O acabamento dos modelos de ponta muda do aço inoxidável vulnerável a marcas de dedo para o mais precioso titânio, o qual também diminui o peso do celular. A tela se afila em direção às extremidades dos novos iPhones Pro e Pro Max. A traseira em vidro fosco permanece, com uma ligação mais suave aos elementos metálicos.
Nos aparelhos Pro e Pro Max, a empresa aposentou o botão "mute", lançado com o primeiro iPhone em 2007, e adotou um novo botão de ação personalizável. Usuário poderá ligar ao comando diferentes funções, como silenciar o aparelho, ligar a lanterna ou abrir a câmera.
A nova geração de celulares da Apple agora passa a adotar o padrão USB-C, mesmo disponível nos smartphones Android mais recentes. A mudança visa adequação às diretrizes do regulador europeu, que sancionou a Apple por adotar padrões de formato diferente da concorrência, o conector lightning. Será a primeira mudança na entrada de dispositivos da empresa desde 2012.
Os iPhones 15 e 15 Plus, por sua vez, devem ser equipados com os chips A16 Bionic, já disponíveis na atual geração de smartphones da Apple de versão Pro.
Também permanece o conjunto de duas câmeras traseiras -a grande-angular passa a ter 48 megapixels (contra 12 megapixels do antecessor) e ultra-angular continua com 12 megapixels. Os aparelhos ganham a a interface Dynamic Island, que amplia a área de interação da tela, já presente no iPhone 14 Pro.
A nova linha de iPhones está disponível em tons pastéis de azul, verde, vermelho, amarelo e branco. Os aparelhos Pro e Pro Max têm opção de acabamento em titânio em tonalidades preta, branca, cinza e azul.
O sucesso das escolhas da gigante da tecnologia para a nova linha de iPhones podem ser decisivas para o desempenho da fabricante de dispositivos eletrônicos, após um ano com resultados aquém do esperado.
A Apple resistiu à desaceleração nas vendas de smartphones melhor do que a maioria dos fabricantes. Embora suas remessas de celulares tenham caído em 2% no último trimestre, de acordo com a IDC, o resultado é melhor do que o declínio de 15% sofrido pela Samsung Electronics. O desempenho ajudou a Apple a ampliar um pouco sua participação de mercado.
Todo o setor de smartphones está em baixa, e a Apple não ficou imune. As vendas lentas do iPhone reduziram sua receita geral, que este ano deve cair pela primeira vez desde 2019.
Na última semana, a Apple perdeu quase R$ 1 trilhão em valor de mercado em apenas dois dias, após o governo chinês anunciar que restringiria o acesso de funcionários públicos a iPhones.
Nesta terça-feira, os papéis da empresa negociados no índice Nasdaq, em Nova York, mantinham a tendência de queda, com baixa de 1,26%.
O iPhone é a maior fonte de receita da Apple, gerando cerca de metade de suas vendas. Se acrescentarmos o Apple Watch e os AirPods, que também terão modelos atualizados revelados no evento, essa proporção chega perto dos 60%.
A Apple também anunciou a nona geração do Apple Watch, com processamento 30% maior. O Series 9 usa o chip S9, que promete autonomia da bateria de até 18 horas.
Além disso, a assistente virtual Siri agora funcionará diretamente no vestível, e não mais na nuvem. Isso permite, segundo a empresa, comandos mais simples sem a necessidade de conexão à internet, com tempo de resposta mais rápido.
A nova geração de relógios também receberá uma função de encontrar o iPhone do usuário a partir de sensores. A tela do relógio ainda terá brilho duas vezes superior que a do Series 8.
O relógio da Apple também ganhou nova função: o usuário poderá interagir com o aparelho ao juntar o polegar com o indicador, no recurso chamado "Double Tap". O dispositivo usa aprendizado de máquina para detectar o movimento, a partir de mudanças no pulso e na corrente sanguínea do usuário.
O Apple Watch Ultra 2 custará US$ 799 (R$ 3.955, sem contar impostos), e o Apple Watch Series, US$ 399 (R$ 1.975, sem contar impostos).
Na atual Series 9, a Apple também trocou as pulseiras de couro para materiais mais sustentáveis, como o tecido "FineWoven" -feito com nylon reciclado e poliester. Segundo a empresa, este é seu primeiro produto neutro em emissão de carbono. A mesma mudança também será aplicada ao novo Apple Watch Ultra 2, voltado para atividades intensas.
A Apple promete tornar todos os seus produtos neutros em emissões até 2030.