Educação

Após vídeo de 'paredão de bunda", São Camilo suspende participação de alunos de medicina em jogos por tempo indeterminado

Os alunos da São Camilo identificados nas gravações também terão que fazer trabalho voluntário.

Por Redação

22/09/2023 às 17:07:24 - Atualizado há
Os alunos da São Camilo identificados nas gravações também terão que fazer trabalho voluntário. Alunos da São Camilo exibem nádegas em evento em São Carlos: 'paredão de bunda'

A Universidade São Camilo decidiu suspender por tempo indeterminado a participação de alunos do curso de medicina da instituição de jogos universitários. Ação ocorre após a divulgação de vídeos onde os estudantes fizeram um "paredão de bunda" para provocar alunos da Unisa durante um campeonato em abril deste ano.

Na mesma ocasião, estudantes do curso de medicina da Universidade Santo Amaro (Unisa) ficaram pelados e simularam uma masturbação durante um jogo de vôlei feminino contra a São Camilo.

Os alunos da São Camilo identificados na gravação também terão que fazer trabalho voluntário.

Em nota, a São Camilo informou que a Reitoria decidiu pela suspensão da participação dos alunos do curso de medicina de quaisquer competições esportivas por tempo indeterminado (veja abaixo).

A instituição disse que após uma análise dos vídeos "decidiu evitar a adoção de medidas extremas, que poderiam causar injustiças, em acordo com o que nos rege como instituição educacional" e que "seria injusto da nossa parte expulsarmos apenas alguns e deixarmos outros que poderiam ter participado dessas ações, mas não apareceram nas imagens divulgadas".

Unisa expulsa alunos gravados nus em jogos universitários

MEC cobra explicações

O Ministério da Educação notificou novamente a Universidade Santo Amaro (Unisa) e cobrou explicações do Centro Universitário São Camilo, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP) a respeito dos atos obscenos cometidos por alunos das instituições em jogos universitários.

Segundo apurado pelo g1 e pela TV Globo, o MEC quer saber quais medidas foram tomadas pelas faculdades para investigar e punir condutas praticadas em trotes, jogos e demais eventos acadêmicos.

Notificada pelo ministério no início da semana, a Unisa tinha até outubro para prestar esclarecimentos sobre a demora da universidade em apurar e punir os alunos do curso de medicina que foram gravados seminus simulando masturbação.

O caso ocorreu em abril deste ano, mas foi divulgado após vídeo de repúdio ao ato viralizar no último domingo (17).

O ofício foi respondido antes do prazo final, sem revelar o número de alunos expulsos tampouco o processo de apuração dos fatos.

Até esta sexta-feira (22), segundo apurado pelo g1, 15 calouros já tinham sido desligados.

Estudantes de medicina da Santa Casa e do Centro Universitário São Camilo também foram filmados em situações semelhantes.

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Um vídeo gravado em maio deste ano mostra torcedores da turma de medicina da Santa Casa seminus e exibindo as partes íntimas. A direção da faculdade disse que ficou chocada com as imagens e que vai investigar o caso.

Já os alunos da São Camilo aparecem em outra gravação mostrando as nádegas. A administração da universidade diz investigar os fatos e avaliar as medidas a serem tomadas.

Ao g1, alunos da Unisa revelaram que os atos obscenos fazem parte de uma espécie de "cartilha de obrigações" impostas aos calouros por um grupo de alunos do último ano de medicina.

Alunos de medicina ficam nus e simulam masturbação durante jogo de vôlei feminino

Histórico

Os alunos da Unisa gravados seminus faziam parte do time de futsal da Unisa e estavam em uma arquibancada. Eles abaixaram as calças enquanto o time de vôlei feminino da instituição jogava contra o time da São Camilo, em um campeonato de calouros realizado em São Carlos.

Nas imagens que circulam pelas redes sociais, os estudantes aparecem tocando nas próprias partes íntimas.

De acordo com a Polícia Civil, a Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de São Carlos está investigando a conduta dos estudantes.

No entanto, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) não detalhou por quais crimes os alunos são investigados.

O que diz a São Camilo

"O Centro Universitário São Camilo informa que, após longa e criteriosa análise dos vídeos que circulam na internet envolvendo alunos de nossa instituição em atos inapropriados, decidiu evitar a adoção de medidas extremas, que poderiam causar injustiças, em acordo com o que nos rege como instituição educacional.

Entendemos que tais atitudes merecem atenção, uma vez que a exposição pública de suas imagens pode comprometer suas carreiras como futuros profissionais da Saúde. Nossa vocação pela formação técnica e humanista nos leva a mantê-los em nosso corpo discente, submetidos a medidas socioeducativas.

Para além disso, seria injusto da nossa parte expulsarmos apenas alguns e deixarmos outros que poderiam ter participado dessas ações, mas não apareceram nas imagens divulgadas. Não queremos ser precipitados a partir de julgamentos feitos no calor dos acontecimentos, e que muitas vezes levam a erros irreversíveis.

Também levamos em conta que esse comportamento não é exclusivo de apenas uma dezena de alunos. É uma questão estrutural, que precisa ser mudada de forma eficaz, mesmo que tais ações aconteçam em espaços externos à universidade.

Da nossa parte, colocaremos o Departamento de Psicologia da instituição à disposição dos alunos, e estes doarão parte de seu tempo livre para projetos sociais voltados às populações vulneráveis.

Também consideramos essencial o desenvolvimento de um trabalho com os alunos de todos os cursos, para que entendam a sua importância para a sociedade e o alcance de atitudes impensadas sobre suas vidas nos campos social e profissional.

A Reitoria decidiu, ainda, pela suspensão da participação dos alunos do curso de Medicina de quaisquer competições esportivas por tempo indeterminado.

Ressaltamos, oportunamente, que os trotes são proibidos no Centro Universitário São Camilo.

Continuamos atentos e analisando todas as situações à luz do nosso Regulamento de Medida Disciplinar Interno.

Essa é a nossa contribuição para termos um ambiente acadêmico mais saudável para todos, e mudarmos definitivamente esses comportamentos. Somos educadores e vamos cumprir nosso papel na transformação dessa cultura."

VÍDEOS: mais assistidos do g1
Fonte: G1
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