A ministra ficará no estado de quarta (27/9) a sexta-feira (29/9). No primeiro dia, após desembarcar em Belo Horizonte, seguirá para o município vizinho de Contagem, onde visitará a Comunidade dos Arturos, entre outros compromissos. Na sexta, às 16h, no Teatro Francisco Nunes, na capital, ela fará o lançamento do Programa Nacional dos Comitês de Cultura (PNCC).
Em Mariana, além da reabertura da igreja e da inauguração do museu, Margareth Menezes terá um encontro com prefeitos (as) mineiros (as). Na primeira vila, cidade e diocese de Minas, a expectativa é grande, pois os dois monumentos ficaram salvos da degradação após longo período fechados, com risco de desabamento. Na Praça Minas Gerais, no Centro Histórico, juntamente com a também recém-restaurada Casa de Câmara e Cadeia, as edificações formam um cartão-postal que orgulha moradores e entusiasma visitantes.
Nos últimos quatro anos, foram investidos, nas duas obras, R$ 17 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Instituto Cultural Vale e programa federal PAC das Cidades Históricas, cujos recursos partem do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O Centro Histórico de Mariana tem tombamento federal, sendo o templo católico protegido isoladamente pelo Iphan.
SEGURANÇA E BELEZA
Em entrevista ao Estado de Minas, a presidente do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Mariana (Compat), Ana Cristina Souza Maia, destacou a longa luta para restaurar os dois bens culturais. “Trata-se de dupla conquista, pela qual batalhamos há muitos anos. Há cerca de cinco anos, precisamos usar dinheiro do fundo do Compat para escorar a casa. Se não fosse essa iniciativa, certamente teria caído”, afirmou Ana Cristina. A igreja e a casa pertencem à Arquidiocese de Mariana, após transferência feita pela Irmandade Ordem Terceira de São Francisco de Assis, uma associação centenária.
Celebração de missas, incluindo horário específico para as crianças, e casamentos (aos sábados) estão nos planos do padre Geraldo Dias Buziani, titular da Paróquia Nossa Senhora da Assunção, à qual está vinculada a Igreja São Francisco de Assis. Ele ressalta a importância da restauração da igreja para a comunidade – “uma joia do rococó a serviço da espiritualidade e da força da arte e da cultura”, observa –, construída entre 1763 e 1794. No local, está sepultado Manuel da Costa Ataíde (1762-1830), o Mestre Ataíde, autor da pintura do forro da sacristia mostrando a agonia e morte de São Francisco de Assis. “Muitos artistas trabalharam aqui, entre eles o escultor português Francisco Vieira Servas, José Pereira Arouca, encarregado das obras de alvenaria, e Francisco Xavier Carneiro, dos douramentos de alguns altares”
Foram muitos anos de expectativa, dúvidas, temores e polêmicas. Por duas vezes, em 2009 e 2012, a igreja sofreu interdição, conforme documentou o EM. Os investimentos na recuperação da igreja começaram em 2014, com os projetos de obra civil (hidráulica, elétrica e prevenção de incêndios) e elementos artísticos custeados pela Prefeitura de Mariana e Iphan, no PAC das Cidades Históricas. Em 2019, vieram as obras, tendo como proponente o Instituto Pedra e recursos do BNDES e do Instituto Cultural Vale.A Casa do Conde Assumar teve projetos elaborados com recursos da prefeitura local e projeto museográfico do PAC Cidades Históricas. O proponente é o Instituto Pedra e os recursos partiram do BNDES e do Instituto Cultural Vale.
Patrimônios de Minas
Localizadas lado a lado, no Centro Histórico de Mariana, a Igreja São Francisco de Assis e a Casa do Conde de Assumar são do século 18 e pertencem à Arquidiocese de Mariana
1) Igreja São Francisco de Assis
Tombada pelo Iphan. Os primeiros registros datam de 1761, sendo a pedra fundamental lançada dois anos depois.Fechada há 11 anos, sofreu interdição anterior (2009).Os serviços contemplaram obra civil (hidráulica, elétrica e prevenção de incêndios) e restauração dos elementos artísticos.
2) Casa do Conde de Assumar – Museu de Mariana
O imóvel do século 18 fica em área tombada pelo Iphan.O nome se refere a Pedro de Almeida e Portugal (1688-1756), o Conde de Assumar, que foi governador da Capitania de São Paulo e Minas do Ouro, quando formavam uma capitania só.A situação do imóvel era precária, tendo sido escorada, há cinco anos, para evitar o desabamento.