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BH: Bairro Lagoinha recebe novo mural de artista italiano

Um ponto importante da vida cultural do Bairro Lagoinha, na Região Noroeste de Belo Horizonte, está ganhando mais cor.



Utilizando linhas simples em preto e branco e traços de cor quando necessário, Millo se consagrou como um dos principais nomes da arte contemporânea urbana mundial. Os murais em grande escala do artista retratam habitantes explorando o ambiente urbano e incorporam elementos da arquitetura que remetem à formação do italiano.

Juliana Flores, idealizadora da agência Pública e de outros projetos de arte como o Cura e a Festa da Luz realizados em BH, explica que, a princípio, Millo veio ao Brasil para participar do festival Mapa, realizado em Itabira.

“Foi uma parceria que fizemos com o Consulado que, assim que topou trazer ele para Itabira, propôs a ação no Lagoinha, que tem uma conexão muito forte com a imigração italiana”, explica. Essa é a primeira vez que Milo pinta no Brasil, mas é a segunda que o Consulado da Itália traz para Belo Horizonte. Em 2019, a artista italiana Alice Pasquini ficou responsável por pintar o muro próximo à rodoviária na entrada do Bairro Lagoinha.  
A escolha do local também não foi por acaso. Juliana acredita que levar uma obra de impacto para o miolo do bairro vai ser importante para a ressignificação e requalificação da região. “Nossa expectativa é que com a ocupação cultural criativa a rua volte a ser muito frequentada, atraia pessoas de outros bairros que a gente sabe que têm receio de frequentar o lugar. Eu percebo um estigma muito grande na Lagoinha e a arte ajuda a criar novas identidades”, afirma.

A ideia de colocar o mural em um lugar que tem importância histórica na construção de Belo Horizonte foi de Juliana e do coordenador do projeto Viva Lagoinha, Filipe Thales. A Rua Itapecerica é conhecida por ser o ponto onde as pedras utilizadas para a construção da fundação de BH eram recebidas. 
A pintura também foi planejada para encaixar com a história e a identidade do bairro. “Trazendo as várias identidades e diversidades que compõem esse território e o artista fez um layout especialmente pensado para Lagoinha a partir dessa visita e o resultado é uma imagem muito emocionante”, explica Juliana.

O resultado foi a imagem de um personagem no meio do mural que carrega várias sucatas que, juntas, têm um formato de coração. Juliana explica o significado: “as sucatas fazem referência ao grande número de catadores que a gente tem no bairro e o coração representa cuidado. Através da imagem, a gente quer relembrar as pessoas e também ao poder público que é um território que precisa de atenção, que ali tem um coração grande pulsante que está sendo arrastado pelas ruas, mas ele precisa de cuidados sabe?”, comenta. 
Além de conversar com o histórico do bairro, ao trazer a reciclagem, a pintura também conversa com o tema de sustentabilidade do evento Giornata del Contemporâneo, realizado pelo Consulado da Itália e do qual a iniciativa do mural faz parte. Apesar de já ser possível ver a arte tomando forma, a finalização total e inauguração está prevista para o domingo (22/10), quando Belo Horizonte será presenteada com mais uma obra internacional. 

*Estagiária sob a supervisão do subeditor Fábio Corrêa

Estado de Minas

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