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Educação

Enem 2023: 'viajamos 16h', diz professora que acompanha estudantes do Bailique no AP

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O grupo de estudantes veio até Macapá neste domingo (5) para participar do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A expectativa é conseguir tirar uma boa nota nas provas e cursar a faculdade. Estudantes da Escola Bosque no Bailique viajando para Macapá para realizar o Enem 2023

Ciane Saldanha/divulgação

Um grupo de estudantes da Vila Progresso no Distrito de Bailique no Amapá, viajou 16h para chegar na capital, Macapá e realizar a tão esperada prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023.

A prova aconteceu neste domingo (5) e a maior expectativa dos estudantes é tirar uma boa nota e conseguir avançar nos estudos, cursando uma faculdade.

Taylane Piris - estudante do Bailique que veio fazer o Enem em Macapá

Josi Paixão/g1AP

A Taylane Gomes Piris, tem 18 anos estuda na Escola Bosque, na Vila Progresso e está participando pela primeira vez do Enem. Ela conta que estava ansiosa com a prova, mas que tentou colocar todos os conhecimentos adquiridos em sala de aula, no exame.

"Eu fiquei cansada da viagem, tava muito ansiosa também. Mas, sempre eu lembrava do que a professora fala pra gente, pra não desistir, pra pensar que vamos conseguir chegar longe, quando eu lembro disso, sinto até vontade de chorar, porque toca no coração", disse a estudante.

A professora que a Taylane se refere, é a Ciane Saldanha ela diz que sempre procura dar o melhor nas aulas, uma forma de incentivar os estudantes a buscar melhorias sempre.

Sobre estar acompanhando os alunos no Enem deste ano, ela fala que é uma experiência muito importante e que vai levar pra vida toda, pois sabe as difuldades enfrentadas por cada aluno e que chegar até a capital, não foi uma tarefa fácil.

"É uma experiência que eu vou levar pra vida toda. Viajamos 16h pra estar aqui em Macapá. Tem pessoas que saem 4h da manhã pra estar 7h na escola lá na Vila Progresso. Eles dependem de maré, enfrentam problemas com energia, água salgada, terras caídas. ÀS vezes, eu sei que é difícil chegar na escola, mas eles vem todos os dias e isso é uma vitória que me orgulha muito", enfatiza a professora.

Para conseguir chegar até Macapá, os estudantes tiveram que enfrentar os percausos que a região amazônica tem, principalmente, quando se refere à maré.

A Taylane lembra que uma coisa ruim durante a viagem é que tem muita maresia.

"A gente quando vem de lá pega muita maresia e aí a gente fica um pouco cansado. É ruim essa parte", finaliza a estudante.

Uma das lições que a professora Ciane faz questão de compartilhar, é que todos os dias ao conversar com os alunos, fala da importância de vencer o círculo vicioso da pouca educação que ainda é uma realidade na comunidade de Bailique.

"Eles vem de uma realidade com os pais analfabetos e eu falo sempre pra eles que é necessário quebrar esse círculo vicioso, e que eles vão conseguir chegar lá. Eles poder ser médicos, podem ser o que quiserem, é só correr atrás dos objetivos porque eles podem fazer a diferença dentro da comunidade. Se formar e voltar lá pra ser exemplo de outros jovens", ressalta.

Estudante Taylane Piris e a professora Ciane Saldanha no Enem 2023

Josi Paixão/g1AP

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