O papel das mulheres no empreendedorismo e a participação feminina nos pequenos negócios se tornam cada vez mais relevantes para a sociedade.
O papel das mulheres no empreendedorismo e a participação feminina nos pequenos negócios se tornam cada vez mais relevantes para a sociedade. Em Minas Gerais, o negócio próprio é a orincipal fonte de renda para sete a cada 10 dez mulheres que empreendem, conforme mostra a segunda edição da Pesquisa Mulheres Empreendedoras, realizada pelo Sebrae Minas.
De acordo com o levantamento, mais de 60% das empreendedoras do estado afirmam que as principais motivações para investir no próprio negócio foram a realização pessoal e a maior flexibilidade de horários e independência, contra 48% dos homens.
A sobrecarga nas tarefas domésticas também é um ponto sinalizado pela pesquisa: 70% das empreendedoras são responsáveis pelos afazeres em casa e somente 14% dividem as obrigações com os cônjuges ou demais moradores da residência. Mais da metade (53%) das empreendedoras relataram ter dificuldade moderada a alta para conciliar a gestão de um negócio com as tarefas domésticas.
Apesar da maior proporção de mulheres empreendendo em busca de realização pessoal e pela paixão pelo que fazem (33% das mulheres contra 31% dos homens), apenas 14% das entrevistadas afirmam ter começado o próprio negócio por terem identificado uma oportunidade no mercado. Entre os homens, esse percentual é de 29% dos entrevistados.
Conciliar o cuidado dos filhos e dependentes com o trabalho foi citada por 12% das mulheres como uma das motivações para empreender, contra 4% dos homens. A falta de oportunidades de emprego é um fator apontado por 8% das mulheres e 10% dos homens.
"As mulheres vêm assumindo gradativamente um protagonismo no mundo dos negócios, mas muitas ainda sofrem com a sobrecarga de tarefas, o que as impede de dedicar mais tempo à gestão de seus empreendimentos. A mudança dessa realidade precisa começar em casa, na educação de nossos filhos, para que as responsabilidades domésticas sejam encaradas como um dever de toda a família", ressalta o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo de Souza e Silva.
Desafios do empreendedorismo feminino
A pesquisa aponta que 55% das entrevistadas consideram que as mulheres têm mais dificuldade para ter um negócio de sucesso do que homens. A principal razão, apontada por 48% das mulheres, é o fato delas se dedicarem mais aos cuidados domésticos e dos filhos/dependentes, enquanto os homens podem se dedicar inteiramente ao empreendimento.
A pesquisa também mostra que 7% das respondentes acreditam que os homens têm mais facilidade de acesso a recursos financeiros, como empréstimos em bancos. E para 49%, as mulheres não têm mais dificuldade do que os homens para gerir um negócio de sucesso.
Já em relação ao dia a dia do negócio, a pesquisa mostra que os principais desafios enfrentados pelas mulheres na gestão do empreendimento são administrar as finanças (28%) e fidelizar clientes (25%). Apesar dos desafios, as mulheres lidam bem com a pressão para gerir o negócio: quase 90% das entrevistadas afirmam ter habilidade moderada e alta para enfrentar o estresse do dia a dia.
Perfil das empreendedoras
A maioria das empreendedoras entrevistadas pela pesquisa (67%) têm idade entre 31 e 41 anos. O estudo mostra que o nível de escolaridade é maior entre as mulheres: mais da metade (52%) tem Ensino Superior completo e pós-graduação, contra 46% dos homens. Nove a cada 10 entrevistadas se declaram brancas ou pardas e 65% são casadas ou têm união estável.
Setor e porte dos negócios
A participação mais expressiva das mulheres entrevistadas pela pesquisa está nos setores de Serviços (48%) e Comércio (36%). Na Indústria, elas representam 15% dos empreendedores entrevistados, mas a menor participação feminina nos pequenos negócios é na Construção Civil, com apenas 1% das empreendedoras, contra 12% dos homens entrevistados.
Em relação ao porte dos negócios, a maioria das empreendedoras entrevistadas (69%) é formalizada como MEI, contra 53% dos homens. Nas categorias de Microempresa (ME), elas representam 22%, oito pontos percentuais abaixo dos homens. Já entre as Empresas de Pequeno Porte (EPP), a participação das mulheres é bem menor: 9%, enquanto a dos homens é de 17%.
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