Os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo estão intensificando seus esforços para garantir uma compensação justa pelos danos causados pelo trágico rompimento da barragem de rejeitos da Samarco, uma joint venture da Vale e da BHP, em Mariana, Minas Gerais, em novembro de 2015. Apresentaram à Justiça um recurso buscando aumentar significativamente o valor da intervenção relevante das empresas responsáveis, ultrapassando a marca de R$ 100 bilhões. Esta ação visa reverter uma decisão anterior da Justiça Federal que distribuiu a indenização em R$ 47,6 bilhões.
O recurso, protocolado no Tribunal Regional Federal da 6ª Região, argumenta não apenas a substancial porte econômica das mineradoras envolvidas, mas também a vasta extensão territorial dos danos pelos desastres ambientais. Segundo documentos obtidos pela Reuters, os impactos do rompimento da barragem estenderam-se por vastas áreas, afetando não só a região imediata de Mariana, mas também se estenderam até o Espírito Santo, alcançando o rio Doce em sua totalidade até sua foz no mar capixaba .
O desastre resultou na perda de vidas humanas, com 19 vítimas fatais confirmadas, além de deixar centenas de pessoas desabrigadas e causar danos ambientais catastróficos, afetando ecossistemas, florestas e recursos hídricos ao longo de sua rota de destruição. As comunidades locais enfrentaram desafios na recuperação e fuga após o evento, com impactos socioeconômicos duradouros.
Uma das bases principais para o pedido de aumento da indenização é o lucro expressivo das empresas responsáveis ??nos anos subsequentes ao desastre. Segundo informações dos governos estaduais, as três companhias envolvidas registraram um líquido lucro combinado de quase R$ 500 bilhões nos últimos três anos, dos quais aproximadamente R$ 355 bilhões foram distribuídos aos acionistas em forma de dividendos. Esse quadro econômico robusto das empresas contrasta fortemente com os impactos duradouros e muitas vezes irreversíveis, sofridos pelas comunidades afetadas e pelo meio ambiente.
Além do valor inicialmente exigido, os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo enfatizam a necessidade de aplicação de atualização de moeda e juros moratórios em conformidade com os critérios legais, o que poderia aumentar ainda mais o montante total da proteção. Essas medidas visam garantir que as empresas responsáveis ??se harmonizem com os custos integrais dos danos causados ??e assumam a responsabilidade por suas ações.
A busca por justiça e compensação adequada continua sendo uma prioridade para os governos estaduais e para as comunidades afetadas pelo desastre da barragem de Mariana. Enquanto o processo legal avança, o mundo observa atentamente como as autoridades e as empresas respondem a um dos maiores desastres ambientais da história do Brasil.