Como o estabelecimento de boas práticas são essenciais para a manutenção da saúde física e mental de quem vive com a doença Cuidar de si também é cuidar da própria saúde
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Diante de um diagnóstico de câncer, é possível que as prioridades se invertam. O paciente passa a priorizar o tratamento e todas as suas nuances, e o indivíduo deixa de ser quem era e passa a ser um paciente, com rotina de exames, consultas, sessões de quimioterapia ou radioterapia.
Então, antes o que costumava ser rotineiro e prazeroso, passa a ser deixado de lado. Estamos falando dos hobbies.
Na prática clínica, durante as consultas de pré QT e anamnese, tenho visto muitos pacientes com dificuldade em mencionar algo que gostem de fazer e conseguem manter na rotina. Além das prioridades serem os tratamentos aplicados, temos que contar ainda com efeitos colaterais, que podem ser fadiga, náuseas ou até mesmo questões físicas, por conta de cirurgias, por exemplo. Isso tudo pode impedir o paciente de seguir conciliando hobby e novas prioridades.
Assistir uma série ou filme na TV, fazer bolos, levar os filhos para brincarem na praça, fazer algum artesanato. Parece fácil, mas é custoso (e compreensível) encaixar essas atividades estando com quadro de dor, náusea e vômitos.
Mas para manter uma boa qualidade de vida, é importante resgatarmos esses antigos prazeres que nos colocam em contato conosco mesmos, que nos faz sentir como centro do universo, desenvolvem o senso de dignidade, possibilitando a percepção do seu próprio valor.
Segundo especialistas, a anedonia (que é justamente a incapacidade para a experiência do prazer), é prevalente nas mulheres, principalmente quando associado à fatores estressantes (depressão, transtornos ansiosos, o peso de um diagnóstico, oscilações hormonais, efeitos colaterais do tratamento de câncer, etc).
O bem-estar e a qualidade de vida devem estar no topo das prioridades. Lembrando que tudo isso deve estar aliado à adoção de hábitos saudáveis, alimentação equilibrada, prática de exercícios físicos e acompanhamento psicológico. Mantenha um bom diálogo com seu médico, e havendo liberação, realize as práticas acima mencionadas, respeitando sempre seus novos limites.
É entendido que no meio de tanta correria, de tantos exames, consultas, esquecemos de olhar para nós, esquecemos de nos olhar com carinho, esquecemos de afagar nossos sentimentos, de realçar o brilho opaco dos nossos corações agitados pela rotina. Mas isso se faz necessário e para ontem!
Você já se cuidou hoje ou fez algo que goste?
Amanda Martins Oliveira Costa | CRP 04/38574 | Psicóloga Oncológica
Solus Oncologia
Amanda Costa
Psicóloga Oncológica
CRP 04/38574