Minas Gerais Cultura Empreendedora

Ministra Macaé Evaristo fala sobre estímulo ao empreendedorismo nas favelas durante Expofavela, no Sebrae Minas

Cerca de 5,2 milhões de empreendedores vivem nas mais de 13,5 mil favelas de todo o Brasil, conforme dados de uma pesquisa divulgada pelo Data Favela em 2023.

Por Redação

16/09/2024 às 10:02:17 - Atualizado há

Cerca de 5,2 milhões de empreendedores vivem nas mais de 13,5 mil favelas de todo o Brasil, conforme dados de uma pesquisa divulgada pelo Data Favela em 2023. Garantir as ações mais eficientes que possam estimulam a geração de novos empreendimentos é uma das propostas da ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, a mineira Macaé Evaristo, de 59 anos, que assumiu o cargo recentemente no Governo Federal.

Natural de São Gonçalo do Pará, no Centro-Oeste mineiro, a professora e assistente social esteve na sede do Sebrae Minas, em Belo Horizonte, para participar da Expofavela, feira de negócios e inovação com o propósito de dar visibilidade aos negócios das vilas e favelas e capacitar as pessoas que desejam abrir ou expandir seus empreendimentos. O evento é organizado pela Favela Holding e produzido pelo InFavela, com parceria social da Central Única das Favelas (Cufa) e do Sebrae Minas.

Macaé conversou com a Agência Sebrae de Notícias (ASN-MG) durante a feira.

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Eventos como a Expofavela são cruciais para dar voz às pessoas de baixa renda e estimular o empreendedorismo nas comunidades. Como a senhora enxerga esse crescimento dos pequenos negócios locais?

Esse olhar para a periferia e para a favela é extremamente importante. Durante muito tempo, as comunidades e os bairros mais operários foram vistos como "lugares da ausência" ou "da falta". Mas precisamos entender que essa parcela da população tem muita sociabilidade, pessoas que são transformadoras e com potencial de crescimento. No âmbito do Ministério dos Direitos Humanos, temos muitas preocupações, principalmente a negação de direito a essas pessoas. Quando falamos de prosperidade, nos remetemos a trabalhos decentes e possibilidade dessas pessoas que têm seus pequenos negócios terem acesso aos financiamentos bancários. E isso é muito difícil esses créditos alcançarem esses empreendedores, infelizmente.

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Qual seria o caminho para que as dificuldades dos empreendedores sejam minimizadas? Como a senhora enxerga o papel do Sebrae Minas neste contexto?

É preciso que toda a estrutura seja pensada para que possamos potencializar esse auxílio a essas pessoas que têm seu negócio. Elas vêm fazendo sozinha. O mecanismo mais viável é a educação. O próprio Sebrae, que tem o Núcleo de Empreendedorismo Juvenil (NEJ), pode mobilizar ao formar alunos das comunidades, da periferia, para pensar e coordenar como podem colocar seus negócios à frente. Defendo que tenhamos políticas públicas de microcrédito e financiamentos a fundo perdido para que esses empreendedores possam alavancar os negócios.

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Como a senhora avalia os desafios à frente do Ministério dos Direitos Humano no que dizem respeito às oportunidades de emprego e renda para as pessoas em situação de vulnerabilidade?

Estamos chegando no Governo agora e já enfrentando uma série de desafios para que possamos atingir um nível de desenvolvimento. Mas temos uma área contínua direcionada aos Direitos Humanos e às empresas. Ela é importante para que possamos avançar na agenda e as pessoas conseguirem manter seus empreendimentos de forma eficaz. Vamos nos esforçar para ajudar essas pessoas a se articularem, organizar seus próprios negócios. Precisamos de políticas públicas direcionadas às comunidades e parcerias com a iniciativa privada para que tudo isso possa funcionar bem.

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A senhora, então, sente que ainda estamos distantes no que diz respeito aos Direitos Humanos de quem vivem em comunidades, principalmente no acesso ao trabalho e à renda?

Quando pensamos em Direitos Humanos, falamos em dignidade. E não há dignidade sem trabalho decente ou se a pessoa não pode ter um projeto de vida, não tem condições básicas de existência. Pensar em trabalho e renda, por meio de ações concretas, é o primeiro passo para que as comunidades tenham voz e possam gerir seus negócios com dignidade.

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