A pesquisa Índice Sebrae de Confiança dos Pequenos Negócios (Iscon) apontou que a confiança das micro e pequenas empresas mineiras, após uma queda de 7 pontos em junho (106), registrou crescimento em julho e agosto, atingindo 118 pontos no último mês, o maior valor em 2024.
A pesquisa Índice Sebrae de Confiança dos Pequenos Negócios (Iscon) apontou que a confiança das micro e pequenas empresas mineiras, após uma queda de 7 pontos em junho (106), registrou crescimento em julho e agosto, atingindo 118 pontos no último mês, o maior valor em 2024. Os setores seguiram a tendência do índice geral: após queda em junho, houve elevação nos meses seguintes. A Construção Civil subiu 17 pontos (130); seguido por Indústria, que cresceu 13 (118); Comércio registrou aumento de 8 pontos (117); e Serviços 1 ponto (116).
A confiança dos Microempreendedores Individuais (MEI) e das Microempresas (ME) tiveram queda em junho – 107 e 104 – e aumento nos dois meses subsequentes, com índice alcançando 120 e 115 pontos, respectivamente. E as Empresas de Pequeno Porte (EPP) também apresentaram crescimento na confiança em agosto (116), após registrar 103 pontos em julho.
O Índice de Situação Recente (ISR) e o Índice de Situação Esperada (ISE) seguiram uma trajetória semelhante. O ISR, que reflete a percepção dos empreendedores sobre suas atividades nos últimos três meses, caiu até julho (78 pontos), acumulando uma queda de 6 pontos ao longo de três meses. Em agosto, apresentou recuperação de 12 pontos, alcançando o índice de 90.
O ISE, que reflete as expectativas dos empreendedores em relação ao trimestre seguinte, registrou 119 pontos em junho, queda de 9 pontos em relação ao mês anterior. Em julho e agosto, o índice tem registrado alta, atingindo 132 pontos, refletindo um crescente otimismo em relação aos próximos meses.
A analista do Sebrae Minas Tábata Moreira explica que diversos fatores, como o crescimento do PIB, a estabilidade da Selic, o aumento das concessões de crédito e as expectativas de mercado financeiro, convergem para reforçar o cenário de otimismo nacional e entre os empresários mineiros.
"A conjugação de um ambiente econômico favorável, tanto em termos de indicadores reais como de expectativas, sustenta a confiança na expansão dos negócios em Minas Gerais, mesmo diante de desafios como inflação e juros elevados. A resiliência da economia, expressa na revisão positiva das projeções e nos sinais de dinamismo contínuo, alimenta a crença de que o crescimento sustentável deve continuar no futuro próximo", pontua.
Avaliação do cenário mineiro
Tábata Moreira aponta que o cenário econômico em Minas Gerais, corroborado pela menor taxa de desemprego já registrada pela PNAD Contínua (6,9%), reforça a tendência positiva de confiança dos pequenos empreendedores, e destaca que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no segundo trimestre de 2024 cresceu 1,4% em relação ao trimestre anterior, superando as expectativas de mercado. "Esse crescimento foi puxado principalmente pelas altas nos setores de Indústria (1,8%) e Serviços (1%), enquanto a Agropecuária recuou 2,3%", diz.
A estabilidade da taxa Selic em 10,5% nos últimos três meses e o aumento das concessões de crédito em um cenário contracionista contribuíram para um ambiente de negócios mais favorável, sustentando o otimismo dos empresários, mesmo frente a juros altos. "Uma leve alta na inflação sugere uma demanda aquecida, enquanto a produção industrial nacional quebrou uma tendência de estabilidade, registrando crescimento de 4,3% em junho. A aceleração no aumento no custo do metro quadrado nacional na Construção Civil desde abril também sinaliza um mercado dinâmico e em expansão. As expectativas de mercado para 2024, conforme o Relatório Focus do Banco Central, também reforçam um ambiente de otimismo", analisa.
Interpretação do ISCON
O Iscon expressa a tendência para o nível de atividade, levando em conta o passado recente (últimos três meses) e o futuro próximo (próximos três). Um índice de confiança maior que 100 indica tendência de expansão da atividade; igual a 100, mostra a tendência de estabilidade da atividade; menor que 100, de retração da atividade.
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