"É uma grande felicidade para o museu, especialmente neste momento em que estamos em diálogo com a comunidade. Nossa instituição não apenas narra a história de um movimento político crucial para a independência do Brasil, mas também guarda um legado significativo da história de Ouro Preto." Expressou o diretor Alex Calheiros.
Atualmente, o Museu da Inconfidência atua como um importante espaço de educação e mediação cultural. Tem promovido diversas ações antirracistas e iniciativas voltadas para a reparação histórica em relação à população negra, fundamental na construção da cidade. Um dos projetos notáveis é "Este objeto, o que ele nos fala?", que envolve palestras sobre objetos que evocam a brutalidade da escravização, incentivando reflexões sobre as lutas por liberdade.
O prefeito de Ouro Preto, Angelo Oswaldo, também comemorou a conquista. "Esse título tem um significado profundo para nossa cidade. Estamos agora em uma rede internacional de locais referências na história do tráfico de escravos, o que nos permitirá aprofundar nossa consciência histórica e lutar ainda mais por liberdade, democracia e justiça. Esse reconhecimento valoriza todo o trabalho que temos feito em Ouro Preto em prol da memória dos povos negros." Enfatizou.
O programa da UNESCO, chamado Rotas dos Povos Escravizados: Resistência, Liberdade e Patrimônio, foi estabelecido em 1994 por meio de uma iniciativa do Benim e do Haiti. Este programa tem sido fundamental na produção de conhecimento, na criação de programas educacionais e na formação de redes científicas que valorizam e preservam as experiências dos povos escravizados ao longo da história.