Na tarde desta quarta-feira (27), a 6ª edição do 'Summit Comércio e Serviços' recebeu a palestra de João Apolinário, fundador da Polishop, empresa inovadora do varejo multicanal e sucesso no setor de varejo de comércio, para falar sobre sua filosofia no empreendedorismo. A iniciativa do Sebrae Minas e da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) vai abordar, até esta quinta (28), cases e boas práticas de mercado sobre marketing, vendas, gestão, inovação e finanças.
Em conversa exclusiva com a Agência Sebrae de Notícias (ASN), Appolinário contou sobre a vocação do brasileiro para empreender, a inovação para os negócios, a importância de se pensar na construção de uma marca e as estratégias para aumentar as vendas no próximo ano.
ASN: Nos últimos anos, com a internet, os podcast, as redes sociais, tem se falado muito em empreendedorismo. Você acredita que estamos, de fato, vivendo um momento favorável para empreender?
João Appolinário: Acredito que empreender é próprio do perfil do brasileiro. É difícil e cheio de desafios, mas tem muita oportunidade, porque em todas as áreas, se você tiver um DNA inovador, tará a oportunidade de fazer a diferença. E isso está, cada vez mais, no conhecimento das pessoas. Na vida, tudo depende do empreendedorismo. A pessoa faz medicina e, no final, precisa empreender como médico. É assim também na engenharia, arquitetura, advocacia. Empreendedorismo tem a ver com atitude, conseguir fazer com que alguma ideia vire realidade.
E as pessoas estão tendo mais informação a respeito do que é empreender. Não existe empreendedorismo sem erros. Há a necessidade de aprender com os erros e não cometer os mesmos, ou seja, cometer erros novos. Ser um empreendedor de sucesso requer a busca por conhecimento.
ASN: Você acredita que empreender é pra todo mundo?
J.A.: A resposta vai ser breve: empreendedorismo tem muito a ver com vocação. E mais importante do que a vocação é a dedicação. Você pode ter vocação, mas se não se dedicar, o sucesso não virá.
ASN: A busca por inovação tem sido um mecanismo para se diferenciar e, até mesmo, manter uma empresa competitiva. No varejo, há alguma ferramenta que mereça destaque nesse momento?
J.A.: Tem muitas coisas acontecendo. Hoje, por exemplo, o digital permite que você leve seu produto para outro país. Vejo a inovação como uma oportunidade. Mas as pessoas sabem o que é inovação? Eu tenho uma definição, inclusive, é o título do meu livro: inovação é questionar aquilo que já existe. Simples assim. Questione aquilo que já existe, aquilo que você faz e busque ali a oportunidade de fazer alguma coisa diferente. Isso serve para qualquer segmento.
ASN: A construção de uma marca consolidada leva tempo. O que é preciso para ser reconhecido no mercado?
J.A.: Toda marca tem que ter uma promessa e nem sempre elas têm. Muitas vezes, o empreendedor foca apenas em preço e desconto, e esquece da promessa da marca. E é preciso fazer com que essa promessa seja percebida, não apenas pelo colaborador, mas também pelo consumidor. Quando a promessa é forte e distinta, não existe questionamento. As pessoas querem os benefícios que os produtos ou serviços lhe trazem. A marca vai se tornando forte não apenas com propagandas, mas conforme essas promessas forem sendo construídas.
Outro fenômeno que tem acontecido é que as pessoas querem saber quem está à frente daquele negócio. Tempos atrás, houve uma jornada de despersonalização das pessoas. E agora elas estão voltando a dar valor às pessoas. Ou seja, não tem mais espaço para aquele empreendedor ou aquele empresário 'moita'. As pessoas querem ver o rosto, mesmo aquelas mais discretas. E isso é importante para a marca.
ASN: Quais seriam as três dicas para o empreendedor que deseja melhorar os seus resultados em 2025?
J.A.: Questione aquilo que está fazendo. Se ele questionar, com certeza vai ver o que pode fazer de novo. Inovar é questionar o que já existe. E para isso, é preciso conhecer muito bem aquilo que se faz. Conhecer bem o seu negócio permite pensar onde buscar oportunidades. Outra dica importante é dar um passo de cada vez. Cresça do tamanho que pode crescer. E seja o líder no seu segmento para você ser reconhecido. Líder não é chefe, porque chefe é obedecido. O líder é seguido. É preciso ser seguido pelas pessoas que estão ali empreendendo junto com o empresário, ou seja, os seus colaboradores. Para isso, é preciso conhecimento e dedicação. Não existe negócio de sucesso sem liderança, nem liderança sem conhecimento, e conhecimento sem dedicação. Mais do que vocação é dedicação.
Assessoria de Imprensa Sebrae Minas – Regional Centro
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