No último sábado (25), a Casa de Cultura Negra de Ouro Preto foi o cenário de uma imersão gastronômica e cultural única. Exclusiva para mulheres e com entrada gratuita, a oficina Broas Mineiras reuniu 11 participantes em uma vivência que explorou a rica história por trás de um dos sabores mais tradicionais de Minas Gerais. Liderada pela produtora cultural e quitandeira Wilma Miranda, a atividade fez parte da programação do Novembro Negro, mês dedicado à celebração da cultura e das raízes africanas.
A oficina teve como foco a história das broas de milho, um ícone da culinária mineira, que combina influências africanas, europeias e indígenas. Durante o evento, as participantes aprenderam como essas três culturas se entrelaçaram para dar origem à quitanda que, até hoje, faz parte do imaginário coletivo dos mineiros. O encontro também destacou o papel das quitandas na construção da identidade alimentar de Minas, conectando o cobú, um prato ancestral, ao moderno bolo de milho sem glúten, amplamente consumido na atualidade.
No momento mais esperado da oficina, as participantes colocaram a mão na massa e prepararam duas variações tradicionais da broa mineira: a Broa Mineira com Queijo, Canela e Açúcar e a Broa Mineira com Goiabada. A ação reforçou a importância da preservação das tradições alimentares como forma de conexão com a história e com as raízes culturais de Minas Gerais.
Valorização da cultura afro-mineira
Além de ser uma celebração da culinária, a oficina também cumpriu um papel essencial na valorização da cultura afro-mineira, promovendo o reconhecimento das influências africanas que moldaram a identidade gastronômica da região. Uma vivência que foi, sem dúvida, um resgate de tradições e um tributo ao legado deixado pelos nossos ancestrais.
Este evento, que aconteceu dentro da programação do Novembro Negro, reafirma o compromisso da Casa de Cultura Negra de Ouro Preto em promover ações que preservem e celebrem a cultura negra, sempre com um olhar atento às nossas raízes históricas e gastronômicas.