A partir da próxima segunda-feira, 11 de janeiro, Ouro Preto voltará a ter restrições em razão do avanço da COVID 19. O anúncio foi feito na manhã desta sexta-feira pelo prefeito Angelo Oswaldo durante uma coletiva de imprensa no auditório da Prefeitura.
"Não queremos prejudicar ninguém, mas não podemos expor ninguém a esse risco. Nós esperamos que todos colaborem para que possamos sair rapidamente desse quadro de exceção", explicou o prefeito. No início da semana, Angelo havia pedido à população que seguisse as recomendações da Vigilância Sanitária e da Organização Mundial de Saúde, na tentativa de evitar medida radical.
Os últimos dados do Município, no entanto, mostraram que o vírus se espalhou e os casos aumentaram bastante. No início de novembro, por exemplo, a taxa de incidência semanal era de 36,21 na Região Macro Centro, na qual está inserida Ouro Preto. Isso significa que a cada 100 mil pessoas, 36 estavam infectadas com o vírus da COVID 19. Esse índice passou para 96,61 na primeira semana de dezembro e atingiu 136,20 na virada do ano, maior que o pico da pandemia em agosto, que foi de 123,01.
O Município retornou à Onda Vermelha do Programa Minas Consciente, o que determina restrições maiores. "Nós vimos a gravidade dessa onda, avassaladora, resultado de comportamentos que não deveriam ter ocorrido. Acompanhamos, no país inteiro, as pessoas achando que o vírus tinha ido embora, e ele estava aí mais forte do que nunca", ressaltou a vice-prefeita Regina Braga.
O secretário de Saúde, Tuian Cerqueira, apresentou a atual realidade da região mostrando, inclusive, uma taxa de ocupação de 90 a 100% dos leitos de UTI reservados para a COVID no Município. Tuian também lembrou as mortes de pessoas jovens, abaixo de 40 anos, que aconteceram em Ouro Preto nos últimos dias e ressaltou que haverá maior fiscalização no comércio e no transporte público municipal, cobrando das empresas o cumprimento das recomendações de saúde, inclusive, se necessário, com disponibilização de mais veículos.
Somente atividades essenciais
O decreto de fechamento será publicado na segunda-feira no Diário Oficial do Município. As restrições estão sendo analisadas em conjunto com as prefeituras de Mariana e Itabirito, para que as cidades vizinhas adotem uma postura semelhante no combate ao novo coronavírus. Somente os comércios essenciais, os quais são determinados pelo Governo de Minas Gerais, estarão autorizados a funcionar, como:
- Supermercados, padarias, lanchonetes, lojas de conveniência;
- Bares e restaurantes (somente para delivery ou retirada no balcão);
- Açougues, peixarias, hortifrutigranjeiros;
- Serviços de ambulantes de alimentação;
- Farmácias, drogarias, lojas de cosméticos, lavanderias, pet shop;
- Bancos, casas lotéricas, cooperativas de crédito;
- Vigilância e segurança privada;
- Serviços de reparo e manutenção;
- Lojas de informática e aparelhos de comunicação;
- Hotéis, motéis, campings, alojamentos e pensões;
- Construção civil e obras de infraestrutura;
- Comércio de veículos, peças e acessórios automotores;
- Além de qualquer atividade que possa ser feita a distância, por delivery ou sem a entrada dos consumidores nos estabelecimentos.
A lista completa está disponível no link: https://www.mg.gov.br/minasconsciente/empresarios. Os estabelecimentos devem conferir as recomendações específicas de cada área dentro do Programa Minas Consciente.
Vacina CoronaVac tem 100% de eficácia
Nesta quinta-feira, 08, o Instituto Butantan comemorou os resultados dos testes com a vacina CoronaVac, desenvolvida pelo instituto brasileiro em parceria com o laboratório chinês Sinovac. A vacina apresentou eficácia de 100% para casos moderados e graves e 78% para casos leves. Tão logo aprovada pela ANVISA, a população poderá ser imunizada. Ouro Preto atualmente tem uma reserva de 40 mil doses da vacina.
Medidas emergenciais
Além da reserva das vacinas e fechamento do comércio, o Município tomou medidas emergenciais para conter o avanço da doença, como a reconstituição da equipe da saúde, dobrando o número de funcionários da vigilância para que possa haver melhor fiscalização, requalificação do hospital de campanha, realização de um diagnóstico completo da atual situação do Município frente à pandemia, diálogo com a UFOP para realização independente de exames, parceria com a UNIMED para recebimento gratuito de testes swab nasal, elaboração de um plano de vacina (em curso), discussão de um plano regional de ação e melhor aproveitamento das Unidades Básicas de Saúde.