Acordo foi validado em maio de 2017 e previa multa de R$ 110 milhões. Quatro meses depois, PGR disse que irmãos omitiram dados e pediu ao STF a rescisão, mas não houve decisão. Empresários Wesley (esq.) e Joesley Batista (dir.)
Zanone Fraissat/Folhapress/Arquivo
A Procuradoria Geral da República (PGR) repactuou nesta segunda-feira (7) o acordo de delação premiada fechado com os empresários Joesley e Wesley Batista, do grupo J&F.
Pelo acordo repactuado, os irmãos terão que pagar multa de cerca de R$ 1 bilhão e cumprir penas privativas de liberdade. Procurada, a J&F informou que não vai comentar o assunto.
O acordo de delação dos empresários foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em maio de 2017 e previa pagamento de R$ 110 milhões. Quatro meses depois, contudo, a PGR pediu ao STF a rescisão dos acordos. Mas, até agora, não houve decisão do Supremo sobre o tema.
Na ocasião, a PGR argumentou que houve omissão de informações nos depoimentos, o que os empresários sempre negaram.
A delação dos executivos atingiu principalmente o então presidente Michel Temer (MDB) e o então senador Aécio Neves (PSDB-MG), atualmente deputado federal.
O caso na PGR
As gestões de Rodrigo Janot e Raquel Dodge na PGR não aceitaram retomar os acordos com a J&F. No fim do ano passado, Aras reiterou pedido dos antecessores Raquel Dodge e Rodrigo Janot para anular os acordos.
No início desse ano, as tratativas para a retomada do acordo foram retomadas, mas inicialmente foram encerradas. Após uma nova rodada, agora, foi costurado um consenso sobre os novos termos.