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Ciência e Saúde

UFMG começa testes em macacos de vacina contra Covid-19 que pode se tornar 1ª brasileira


Nos testes em camundongos, animais ficaram 100% protegidos. Expectativa é que testes em humanos comecem no segundo semestre. UFMG começa testes em macacos de vacina contra Covid-19

Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) começaram nesta semana os testes em primatas da vacina que pode se tornar o primeiro imunizante brasileiro contra a Covid-19. A expectativa é que o testes em humanos comecem no segundo semestre deste ano.

Atualmente, a UFMG desenvolve pesquisas de sete vacinas. O imunizante, batizado provisoriamente de Spintec, do tipo quimera proteica, está entre os mais avançados do país.

De acordo com a UFMG, os testes em micos-estrela devem durar cerca de dois meses. Eles já receberam a primeira dose da vacina e, daqui a um mês, terão a segunda dose aplicada.

Antes, a vacina foi testada em camundongos. De acordo com o professor Flávio Fonseca, os animais ficaram 100% protegidos. "O resultado foi extremamente positivo. Todos os animais sobreviveram e não desenvolveram a doença", destacou.

UFMG começa testes de vacina contra Covid-19 em macacos

Flávio Fonseca/Arquivo pessoal

A fase de testagem em animais é pré-requisito para que a vacina possa avançar para os testes clínicos em humanos. “A gente está nessa fase de avaliação pré-clínica para montar o dossiê que será enviado à Anvisa para autorizar os testes em humanos”, explicou o professor.

De acordo com Fonseca, os micos que são usados nos testes foram resgatados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Após a conclusão dessa fase da pesquisa, eles serão reencaminhados ao órgão para que possam ser devolvidos ao meio ambiente.

Nesta etapa, os pesquisadores avaliam a segurança e a capacidade de gerar resposta imunológica da vacina, verificando se ela provoca algum efeito colateral e se gera anticorpos nas células de defesa.

A intenção é que o testes clínicos em humanos, que são divididos em três fases, comecem ainda no último trimestre deste ano. As fases 1 e 2, que podem ser realizadas concomitantemente, devem durar de dois a três meses. A expectativa é que a etapa final dure cerca de seis meses.

'A partir desse momento, a gente já poderia solicitar à Anvisa a utilização emergencial da vacina num prazo que vai até o fim de 2022", disse.

O professor destaca a importância de se ter uma vacina brasileira contra a Covid-19, mesmo depois de outros países terem desenvolvido imunizantes contra a doença. "A gente acredita que a Covid-19 vai se comportar de forma semelhante à gripe, sendo necessária aplicação de novas doses depois de algum tempo. Por isso, a gente quer evitar a dependência extrema", afirmou.

Amimais receberam primeira dose da vacina nesta segunda-feira (12)

Flávio Fonseca/Arquivo pessoal

Recursos

A reitora da universidade, Sandra Goulart, reuniu-se na semana passada com deputados federais da bancada mineira para pedir apoio para garantir a continuidade de pesquisas de vacinas contra a Covid-19 e conseguir recursos para financiamento de testes.

Segundo Sandra, a estimativa feita pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovações (MCTI) é que o desenvolvimento das fases 1 e 2 custe R$ 30 milhões.

Nesta quarta-feira (14), a reitora também participou, de forma virtual, de uma reunião no plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

Segundo a UFMG, o presidente da Casa, Agostinho Patrus (PV), comprometeu-se a incluir em projeto de lei relacionado à indenização da Vale pelos danos causados em Brumadinho a destinação dos recursos para viabilizar os próximos passos dos estudos da vacina.

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