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Caso de desinfetante hospitalar diluído matou jovens na Romênia e virou filme indicado ao Oscar


'Colectiv' foi indicado em duas categorias (Documentário e Filme Estrangeiro). Filme romeno mostra investigação de repórteres após tragédia com 64 mortes em boate. 'Colectiv': assista ao trailer do documentário romeno

"Colectiv" pode ser o filme responsável pela primeira vitória no Oscar de um país do Leste Europeu. Os 109 minutos do documentário coproduzido pela HBO mostram uma história real de corrupção no sistema de saúde romeno.

Abaixo, veja o resumo da história contada no longa indicado nas categorias Filme Estrangeiro e Documentário:

Em outubro de 2015, um incêndio atingiu uma boate em Bucareste, capital da Romênia, deixando 27 mortos;

Nos meses seguintes, mais 37 pessoas acabariam morrendo, muitas delas vítimas de fraudes no sistema de saúde romeno;

Repórteres do jornal esportivo "Sports Gazette" descobriram que o desinfetante usado em hospitais de todo o país estava sendo diluído, a ponto de ser ineficaz. Esse seria o motivo de tantas mortes após o acidente;

Depois de protestos nas ruas contra a corrupção no sistema de saúde, o ministro da saúde renunciou em maio de 2016;

O CEO da Hexi Pharma, empresa envolvida no escândalo, morreu ao bater o próprio carro em uma árvore;

Em 2021, o documentário sobre o incêndio e suas trágicas consequências foi indicado a dois prêmios no Oscar.

Lançado em 2019 no Festival de Veneza, "Colectiv" é um projeto de Alexander Nanau. O romeno, que passou boa parte da vida na Alemanha, dirigiu, roteirizou, produziu e editou o documentário.

Cartazes de Colectiv, filme romeno com duas indicações ao Oscar 2021

Divulgação

Três meses após o acidente, no fim de 2015, Nanau teve uma conversa por telefone com Catalin Tolontan, diretor de redação do jornal "Sports Gazette".

Os dois falaram sobre a possibilidade de deixar o diretor acompanhar a rotina da investigação. Tolontan aceitou, embora não tivesse curtido a ideia no início. Por 14 meses, Nanau seguiu o editor e a equipe dele, quase sempre sozinho com uma câmera na mão.

Além de acompanhar os jornalistas durante a investigação, o documentário também mostra como o governo tentou conter a crise. O diretor teve acesso à rotina de Vlad Voiculescu, o ministro da saúde que assumiu após o escândalo.

Reunião de pauta durante o documentário romeno 'Colectiv'

Divulgação

Ex-ativista dos direitos dos pacientes e considerado um "não político", Voiculescu chamou atenção ao aparecer em um documentário anterior da HBO.

"Reteaua", de 2015, narra a criação de uma rede de voluntários em toda a Europa para fornecer à Romênia medicamentos essenciais que faltavam ao país.

Tolontan e Voiculescu confiaram tanto em Nanau que deram muito espaço ao cineasta. Em grande parte, foi por ter todo esse acesso que o filme foi tão elogiado.

O diretor captou cerca de 400 horas de imagens, e mais outras centenas de horas com gravações cedidas por pacientes e organizações locais.

O então ministro da saúde romeno Vlad Voiculescu durante reunião no filme 'Colective'

Divulgação

Medalha negada

Antes do Oscar, Alexander Nanau rejeitou uma medalha do presidente romeno Klaus Iohannis. Ele criticou o governo por fracassar no setor cultural durante a crise do coronavírus.

Ele disse que a produção cultural da Romênia "está basicamente à beira da falência". "Em comparação com outros países europeus, não foi implementado nenhum mecanismo para salvar a cultura romena, com teatros independentes, atores e, acima de tudo, a indústria do cinema."

"Seria muito errado deixá-los prender uma medalha no meu peito. Não seria justo com meus colegas. Especialmente depois, você de ter feito um filme sobre como o estado esmaga seus cidadãos. ”

Veja trailers de indicados ao Oscar 2021

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