Integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid devem adotar uma espécie de roteiro da cloroquina. Os parlamentares pretendem demonstrar que o governo fez uma aposta intencional na imunidade de rebanho ao produzir, estimular e divulgar o uso da medicação, que não tem eficácia comprovada contra a Covid-19.
Na avaliação de senadores, esse caminho revela que o governo Jair Bolsonaro expôs a população ao risco de contaminação com a certeza de que haveria medicação para o tratamento da Covid-19.
Uma farta documentação já está sendo levantada por integrantes da CPI, além de declarações do presidente Bolsonaro e de outras autoridades do Ministério da Saúde.
Camarotti: 'Roteiro do grupo majoritário na CPI é seguir o caminho da cloroquina'
Entre os documentos, está o ofício enviado pelo Ministério da Saúde à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, pedindo que a instituição desse ampla divulgação ao tratamento com uso de cloroquina e hidroxicloroquina como medicamentos que podem ser utilizados nos primeiros dias de sintomas de Covid-19.
O ofício, datado de 29 de junho, é assinado pelo secretário de Atenção Especializada à Saúde, Luiz Otavio Franco Duarte.
“O governo conduziu a pandemia de forma temerária. O presidente Bolsonaro estimulou aglomerações. Foi uma aposta intencional na imunidade de rebanho que expôs os brasileiros”, disse ao blog o senador Rogério Carvalho (PT-SE), suplente da CPI da Covid.
“Ao invés de comprar vacina, providenciou a produção e a distribuição de cloroquina como um medicamento que iria curar a Covid-19. O presidente agiu de forma dolosa nessa pandemia”, disse Carvalho.
Em fevereiro, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que a Polícia Federal investigasse gastos do Ministério da Saúde com a compra de cloroquina (veja no vídeo abaixo).
STF determina que PF investigue gastos do Ministério da Saúde com compra de cloroquina
VÍDEOS: Comentários de Gerson Camarotti