Cúpula do Clima: ambientalistas cobram mudança de postura do governo brasileiro
Mesmo com toda a pressão para uma guinada no discurso e na ação do governo brasileiro em relação à agenda ambiental, o posicionamento do presidente Jair Bolsonaro na cúpula do clima convocada para esta quinta-feira (22) pelo presidente dos EUA, Joe Biden, seguirá a cartilha do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
A cúpula acontecerá exatamente um ano depois da reunião ministerial em que Ricardo Salles afirmou que era preciso "ir passando a boiada" da desregulamentação da legislação ambiental enquanto a imprensa estava preocupada com a pandemia de Covid-19.
Segundo dois assessores do presidente que acompanham o tema dentro do governo, a argumentação de Bolsonaro aos líderes de 40 nações não vai diferir do que Salles sempre defende como meta ambiental de sua gestão: insistir no pagamento por serviços ambientais, na indenização por créditos de carbono pelo países poluidores aos que preservam o meio ambiente; e em uma solução que respeite atividades econômicas na Amazônia.
Além disso, Bolsonaro repetirá o que escreveu em carta a Biden, nesta semana — que para implementar o plano de redução do desmatamento e cumprir metas globais, o Brasil precisa de recursos internacionais.
Salles é hoje um símbolo do retrocesso na agenda ambiental, associado à defesa de desmatadores e garimpeiros.
As imagens do ministro ao lado de toras de madeira — segundo a Polícia Federal, ilegalmente desmatadas — correram o mundo, assim como a denúncia feita por servidores do Ibama sobre o desmonte na fiscalização.