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Um ano após 'boiada', discurso de Bolsonaro na cúpula de Biden será ditado pela visão de Salles

Por Redação

21/04/2021 às 16:01:38 - Atualizado há
Cúpula do Clima: ambientalistas cobram mudança de postura do governo brasileiro

Mesmo com toda a pressão para uma guinada no discurso e na ação do governo brasileiro em relação à agenda ambiental, o posicionamento do presidente Jair Bolsonaro na cúpula do clima convocada para esta quinta-feira (22) pelo presidente dos EUA, Joe Biden, seguirá a cartilha do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

A cúpula acontecerá exatamente um ano depois da reunião ministerial em que Ricardo Salles afirmou que era preciso "ir passando a boiada" da desregulamentação da legislação ambiental enquanto a imprensa estava preocupada com a pandemia de Covid-19.

Segundo dois assessores do presidente que acompanham o tema dentro do governo, a argumentação de Bolsonaro aos líderes de 40 nações não vai diferir do que Salles sempre defende como meta ambiental de sua gestão: insistir no pagamento por serviços ambientais, na indenização por créditos de carbono pelo países poluidores aos que preservam o meio ambiente; e em uma solução que respeite atividades econômicas na Amazônia.

Além disso, Bolsonaro repetirá o que escreveu em carta a Biden, nesta semana — que para implementar o plano de redução do desmatamento e cumprir metas globais, o Brasil precisa de recursos internacionais.

Salles é hoje um símbolo do retrocesso na agenda ambiental, associado à defesa de desmatadores e garimpeiros.

As imagens do ministro ao lado de toras de madeira — segundo a Polícia Federal, ilegalmente desmatadas — correram o mundo, assim como a denúncia feita por servidores do Ibama sobre o desmonte na fiscalização.
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