Encontro reuniu representantes dos 50 maiores grupos privados do país, segundo a Fiesp. Líderes de 40 nações participam a partir desta quinta (21) da cúpula articulada por Joe Biden. Cúpula do Clima: ambientalistas cobram mudança de postura do governo brasileiro
Na véspera da Cúpula dos Líderes sobre o Clima, convocada pelo presidente dos EUA, Joe Biden, um grupo de dezenas de empresários se reuniu por videoconferência nesta quarta-feira (21) com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, para discutir a pauta ambiental do governo.
Segundo a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), participaram a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, o embaixador Leonardo Athayde, diretor do departamento de Meio Ambiente do Itamaraty, e representantes dos 50 maiores grupos privados brasileiros.
O encontro de cúpula sobre meio ambiente será realizado nestas quinta (22) e sexta-feira (23). As reuniões serão virtuais, com transmissão ao vivo. A iniciativa partiu de Biden, que convidou outros 39 chefes de estado ou de governo, entre os quais Jair Bolsonaro.
A intenção é que o evento seja uma preparação para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP-26, prevista para o período entre 1º a 12 de novembro em Glasgow, na Escócia.
Ambientalistas defendem uma mudança de atitude do governo em relação às questões ambientais, mas, segundo informou o blog de Ana Flor, o discurso de Bolsonaro na cúpula deve reproduzir a visão de Salles. Nas redes sociais, uma campanha pede a demissão do ministro.
A reunião desta quarta-feira reuniu o mesmo grupo de empresários que havia participado de encontro nesta terça (21) com o presidente Jair Bolsonaro e outros dez ministros.
Segundo o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, a reunião teve como objetivo aprofundar a questão ambiental por meio da troca de informações entre governo e os setores produtivos.
Durante o encontro, os empresários ressaltaram a necessidade de o governo encaminhar ações de curto prazo que sinalizem para o comprometimento do país em combater o desmatamento ilegal.
Conforme a Fiesp, Salles destacou a necessidade de regulamentar o mercado de créditos de carbono.
Carta a Biden
Na semana passada, Bolsonaro enviou uma carta a Biden, na qual pediu a "ajuda possível" da comunidade internacional e disse que se compromete a zerar o desmatamento ilegal até 2030 — o mandato atual de Bolsonaro acaba em 2022).
Na carta, Bolsonaro apresentou dados relacionados à preservação ambiental no país e disse que era "evidente a magnitude dos esforços que a Nação brasileira realizou, através dos séculos, para preservar esse patrimônio".
O presidente também se comprometeu com a busca dos compromissos e resultados da cúpula.
No documento, Bolsonaro reforçou ainda o compromisso de neutralizar a emissão de gases causadores do efeito estufa até 2060.
A promessa foi feita no Acordo de Paris que completou cinco anos em 2020 e, por isso, precisou ser renovada.