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Política

O que faz Bolsonaro na Cúpula do Clima?


Reunião do presidente Jair Bolsonaro com empresários antes da Cúpula do Clima

Everton Amaro/Fiesp

Desde a década de 90, Bolsonaro coleciona uma série de pronunciamentos e discursos na Câmara Federal que vão desde a apologia ao extermínio de populações indígenas a teses mirabolantes, como a invasão da Amazônia por parte de potências estrangeiras, em especial os Estados Unidos.

Daí vem sua dificuldade em se apresentar internacionalmente como um aliado da causa ambiental. Faltam-lhe biografia e, principalmente, resultados concretos de seu governo para mostrar na Cúpula de Líderes sobre o Clima. De Sarney a Temer, todos os presidentes da redemocratização tiveram que defender a política ambiental brasileira. Bolsonaro não será exceção, mas com uma peculiaridade: é o primeiro presidente queimado internacionalmente, falando de queimadas.

O blog reuniu trechos de alguns pronunciamentos de Bolsonaro, todos proferidos na Câmara, sobre meio ambiente e povos nativos:

Extermínio de Índios

"A cavalaria brasileira foi muito incompetente. Competente, sim, foi a Cavalaria norte-americana, que dizimou seus índios no passado e, hoje em dia não tem esse problema em seu país. Se bem que não prego que façam a mesma coisa com o índio brasileiro" - 14 de abril de 1998

Aliança entre os ianomâmis e os EUA

"Assim como Quebec quase se separou do Canadá, num curto espaço de tempo os ianomâmis poderão, com auxílio dos Estados Unidos, vir a se separar do Brasil" - 22 de novembro de 1995

Queimadas e soberania

"A preocupação deste Congresso não se deve restringir apenas à busca de soluções para as queimadas. Devemos também atentar para o que poderá vir depois, devido à propaganda negativa veiculada lá fora do Brasil sobre esse lamentável episódio das queimadas em Roraima" - 26 de março de 1998

Nem a ONU foi poupada

"(Fernando Henrique Cardoso) afirmou que o governo brasileiro não tem estrutura para combater o desmatamento da Amazônia. Essa declaração foi um sinal para os países do Primeiro Mundo. A confissão taxativa de que não temos com combater o desmatamento da Amazônia, bem como qualquer outro dano ambiental naquela área, abre uma brecha para que a ONU, em especial dos Estados Unidos e o G-8, deem mais uma gigantesco passo no sentido de se apoderarem definitivamente da nossa querida Amazônia". 26 de março de 1998

Por fim...

Com este resumo, o blog espera ter respondido a uma pergunta que ouve com frequência: "Por que Bolsonaro prestigia tanto o Ricardo Salles?"

O blog pede desculpas por não ter resposta para outra pergunta, igualmente frequente: "O que faz Bolsonaro na Cúpula do Clima?"

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