Atividades estão suspensas desde 2020 e o ano letivo de 2021 é realizado, até o momento, de forma remota. Tema divide opiniões entre pais e sindicatos, que foram entrevistados pelo G1. Grupo de Trabalho se reúne em Juiz de Fora para debater sobre o assunto Marcos Santos/USP ImagensO retorno das aulas presenciais em meio à pandemia da Covid-19 voltou a ser debatido em Juiz de Fora. Na última quinta-feira (22), o grupo de trabalho criado pela Prefeitura para discutir sobre o assunto realizou uma reunião. O tema divide opiniões entre pais e sindicatos, que foram entrevistados pelo G1.No município, as atividades nos colégios particulares e públicos estão suspensas desde 2020 e o ano letivo de 2021 é realizado, até o momento, de forma remota.Atualmente, a cidade está na faixa vermelha do programa municipal "Juiz de Fora pela Vida" que não libera o retorno presencial dos estudantes. Somente na faixa verde a volta é autorizada.Na última semana, o Estado também divulgou informações sobre a situação das aulas presenciais em Minas Gerais. Opiniões e divergências A possibilidade de integrar o ensino à distância com as atividades presenciais é defendida por parte das famílias de estudantes ouvidos pelo G1 e por movimentos organizados, como o "Movimento Escolas Abertas". Pais e funcionários de escolas fazem nova manifestação para retorno das aulas presenciais em Juiz de ForaÉ o caso da técnica em Processos Gerenciais, Vanessa Garcia Bernardo Silva, de 38 anos. Ela é mãe de dois adolescentes, uma de 17 anos e outro de 15, que estudam na Escola Estadual Colorindo Burnier, no Bairro Barbosa Lage, e estão desde abril de 2020 com aulas on-line."Acho que o retorno deve ser feito respeitando todos os protocolos de saúde, assim como em todas as outras atividade. Acho que a vacinação não deve ser uma condição para volta às aulas presenciais", explicou Vanessa, que também acredita que o retorno deve ser facultativo, e os responsáveis pelos alunos devem definir se o estudante segue com ensino remoto ou volte para o presencial. Entretanto, há outra parte que acredita que não é o momento certo para o retorno, como o Sindicato dos Professores de Juiz de Fora (Sinpro) e o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (SindUTE-MG). “A abertura de escolas num momento de descontrole da pandemia vai na contramão de atitudes sanitárias que devem ser adotadas. Atitudes irresponsáveis em favor do empresariado colocam em risco a vida de crianças e de profissionais da educação”, afirmaram as entidades sindicais em trecho na nota conjunta.Já a profissional de Recursos Humanos, Suellen Chermont, de 32 anos, tem três filhos: dois meninos de 7 e 11 anos e uma adolescente de 15. Todos estudam em escolas estaduais e municipais. Apesar de precisar que os filhos fiquem no colégio para ela trabalhar, a mãe acha arriscado voltar para sala de aula neste momento. "Mesmo com a necessidade, ainda acho muito arriscado uma volta às aulas. Por se tratar de escolas públicas, acredito que não teria como realmente ter uma adaptação para essa situação agora. Sem ter vacinado todos, até porque a vacina não é autorizada para crianças e adolescentes", finalizou Suellen.Dificuldades e aulas remotas Apesar da paralisação das atividades em março de 2020, a rede estadual de educação iniciou as aulas virtuais apenas em maio de 2020. O conteúdo foi disponibilizado on-line, pela televisão e por materiais pedagógicos físicos que devem ser disponibilizados pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE-MG)."Meus filhos assistem as vídeoaulas e depois têm que fazer os exercícios das apostilas que o Governo de Minas elaborou. Depois, eles têm aulas de correção dos exercícios. Eles também tiveram atividades que os professores da escola passaram e todos os exercícios foram entregues, ou de forma on-line ou presencial, para dar visto", contou Vanessa Garcia sobre a dinâmica da rotina dos filhos adolescentes.A mãe afirmou que a entrega do material para o visto foi feita de forma organizada, para evitar aglomerações.Alunos da rede municipal de Juiz de Fora relatam dificuldades no ensino com aulas remotasEm contrapartida, Suellen Chermont relata déficits na aprendizagem. "Um dos meus filho tem 7 anos; no início da pandemia, ele estava com 6, e essa é a fase da alfabetização. As atividades que passaram não tinha nada de tão didático, porque não teria como ele mesmo fazer sozinho, aprender a ler e escrever. Ele encerrou o ano sem estar alfabetizado", desabafou.Situação em MGO Comitê Extraordinário Covid-19 discutiu a volta às aulas no Estado nesta semana. Na ocasião, a deputada estadual Laura Serrano (Novo) participou da reunião e apresentou um estudo sobre os benefícios da abertura das escolas.Conforme o Governo de Minas, nos próximos dias, o advogado-geral do Estado, Sérgio Pessoa, se reúne com representantes do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) para discutir a autorização para a retomada das aulas de forma gradual e por sistema híbrido de ensino.O Governo de Minas também explicou que já apresentou um protocolo das secretarias de Educação e Saúde com regras para o retorno do ensino presencial.VÍDEOS: veja tudo sobre a Zona da Mata e Campo das Vertentes