Melhora nas contas externas na parcial de 2021 estĂĄ relacionada com redução dos gastos de brasileiros no exterior e queda no envio de lucros e dividendos para fora do país. O rombo das contas externas do Brasil caiu no primeiro trimestre deste ano, ao mesmo tempo em que os investimentos estrangeiros diretos na economia do país avançaram 40%. As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (26) pelo Banco Central (BC).
De acordo com o BC, a melhora no rombo das contas externas na parcial de 2021 estĂĄ relacionada com o déficit menor da conta de serviços, com queda nos gastos no exterior, e também com a forte redução nas remessas de lucros e dividendos para fora do país.
Ainda, segundo a instituição, o déficit registrado nas contas externas nos três primeiros meses deste ano foi de R$ 15,361 bilhões, com queda de 28,9% na comparação com o mesmo período do ano passado (US$ 21,601 bilhões). Este também é o menor valor para este período desde 2017.
O déficit em transações correntes, um dos principais sobre o setor externo do país, é formado pela balança comercial (comércio de produtos entre o Brasil e outros países), pelos serviços (adquiridos por brasileiros no exterior) e pelas rendas (remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior).
Em um cenĂĄrio de recessão por conta do coronavírus, o déficit das contas externas recuou 75% em 2020 e foi para US$ 12,517 bilhões.
Para todo ano de 2021, a expectativa do Banco Central é de uma nova melhora nas contas externas, por conta do bom saldo da balança comercial (fruto do dólar alto, que torna as exportações mais rentĂĄveis e as compras do exterior mais caras). A estimativa da instituição é de um saldo positivo de US$ 2 bilhões nas contas externas neste ano, o primeiro desde 2007.
Investimento estrangeiro
O Banco Central também informou que os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira somaram US$ 17,709 bilhões no primeiro trimestre deste ano, com aumento de 40,3% na comparação com o mesmo período do ano passado (US$ 12,621 bilhões).
De acordo com números oficiais, o ingresso registrado nos três primeiros meses deste ano foi o maior para o período desde 2018 (US$ 21,157 bilhões).
Segundo informações do Banco Central, o ingresso de investimentos estrangeiros diretos no país, no primeiro trimestre deste ano, também foi suficiente para cobrir o rombo de R$ 15,361 bilhões nas contas externas no período.
Quando o déficit não é "coberto" pelos investimentos estrangeiros, o país tem de se apoiar em outros fluxos, como ingresso de recursos para aplicações financeiras, ou empréstimos buscados no exterior, para fechar as contas.
Em todo ano passado, os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira somaram US$ 34,167 bilhões em 2020, queda de 50,6% frente a 2019. Foi o menor ingresso em 11 anos.
Para 2021, o Banco Central estima um ingresso de US$ 60 bilhões em investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira.
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