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Fundo Russo diz que decisão da Anvisa de negar autorização à Sputnik V foi de 'natureza política'

Por Redação

27/04/2021 às 12:59:43 - Atualizado há
Em nota, o Fundo Russo de Investimento Direto, que financiou o desenvolvimento da vacina Sputnik V, disse que decisão é "consequência direta da pressão dos Estados Unidos". Que vacina é essa? Sputnik V

O Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF, na sigla em inglês) disse nesta terça-feira (27), em nota, que os comentários da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre a vacina Sputnik V estavam "incorretos" e que a decisão de adiar a aprovação do imunizante poderia ter "motivação política". Na segunda-feira (26), a agência brasileira negou a importação da Sputnik V (entenda mais abaixo).

“A decisão da Anvisa de adiar a aprovação da Sputnik V é, infelizmente, de natureza política e nada tem a ver com o acesso do órgão regulador à informação ou à ciência. Em nossa opinião, essa decisão é consequência direta da pressão dos Estados Unidos”, diz a nota.

O RDIF afirma ainda que as questões técnicas levantadas pela Anvisa “não têm embasamento científico e não podem ser tratadas com seriedade na comunidade científica e entre os reguladores internacionais.”

Imagem de frascos da vacina Sputnik V feita no Brasil divulgada pela Embaixada da Rússia no Brasil

Reprodução/Facebook/Embaixada da Rússia no Brasil

Anvisa nega importação da vacina

A Anvisa negou na segunda-feira o pedido de autorização excepcional para a importação da vacina Sputnik V. A análise da agência apontou falta de dados e risco de doenças por falha na fabricação.

A Sputnik V teve eficácia de 91,6% contra a doença, segundo resultados preliminares publicados na revista científica "The Lancet", uma das mais respeitadas do mundo. A eficácia contra casos moderados e graves da doença foi de 100%. Sputnik é administrada em duas doses, com intervalo de 21 dias entre as doses.

Veja os principais pontos da Anvisa:

Anvisa apontou que NÃO recebeu relatório técnico capaz de comprovar que a vacina atende a padrões de qualidade e NÃO conseguiu localizar o relatório com autoridades de países onde a vacina é aplicada;

Anvisa diz que a maioria dos países que autorizaram a aplicação da vacina não têm tradição na análise de medicamentos; além disso, em 23 países com contrato, a vacinação não começou;

Gerência de Medicamentos apontou diversas falhas de segurança associadas ao desenvolvimento do imunizante. Na mais grave, explicou que o adenovírus usado para carregar o material genético do coronavírus não deveria se replicar, mas ele é capaz de se reproduzir e pode causar doenças;

Gerência de Inspeção e Fiscalização relatou que técnicos da Anvisa não puderam visitar todos os locais de fabricação da vacina durante inspeção na Rússia; dos sete pontos previstos, técnicos conseguiram visitar apenas três locais;

Fundo Russo tentou cancelar inspeção presencial e não autorizou acesso ao Instituto Gamaleya, que faz o controle de qualidade;

Anvisa não conseguiu identificar os fabricantes da matéria prima da vacina.

Veja VÍDEOS sobre a vacinação no Brasil
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