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'Temos Neymar no futebol e eu quero ser o Esquiva Falcão do Boxe', diz pugilista

Por Redação

30/04/2021 às 23:12:29 - Atualizado há

Quinto colocado no ranking da categoria peso médio, o pugilista brasileiro Esquiva Falcão, medalhista de prata nos Jogos de Londres 2012, iniciou a preparação em busca do título de campeão mundial de boxe pela IBF/USBA (International Boxing Federation). Ele deve lutar contra Gennady Golovkin em agosto deste ano para tentar ser o novo dono do cinturão. 

Esquiva voltou aos noticiários no começo deste mês, quando viralizou nas redes sociais fazendo entregas das mini pizzas produzidas pela esposa Suelen Marques. O caso gerou uma grande comoção nacional e Esquiva passou a receber diversas propostas de patrocínio. Com a ajuda dos parceiros, o esportista, primeiro medalhista de prata do boxe brasileiro em Olimpíadas, poderá se dedicar inteiramente aos treinos, voltando a concentrar toda sua atenção em chegar ao topo da modalidade que o fez conhecer o mundo e ganhar o reconhecimento nacional. 

Sua história de luta e muita superação já havia ganhado os noticiários em 2012, emocionando os brasileiros com as dificuldades atravessadas na carreira. Agora ele tem uma nova chance de marcar ainda mais seu nome no desporto nacional. 

Além da prata olímpica,  Esquiva está invicto em sua carreira como profissional. Ganhou todos os 28 duelos, sendo que em 20 deles a vitória foi por nocaute. Em entrevista, o lutador mostrou empolgação e confiança na próxima vitória. Audacioso, ele quer ser lembrado como Neymar e também Gabriel Medina. 

O que já mudou em sua rotina agora que você tem novos patrocinadores?

Agora eu consigo ficar mais focado nos treinos. Não preciso me preocupar com dívidas ou com o que pode acontecer com a minha família. Isso faz toda a diferença. Para ser campeão mundial, é preciso estar 100% dedicado aos treinos, em como vai ser a luta. E não dá para se concentrar quando você não sabe se vai conseguir pagar suas contas em dia.

Além do tempo, as condições do treino também melhoraram?

Sim, sem dúvida. Agora consigo treinar em uma academia melhor e com equipamentos melhores. Luva, saco de pancada, tudo agora será de mais qualidade. Isso sem contar que terei um espaço adequado para o treino de um atleta de alto rendimento.  

Como será a disputa pelo cinturão?

As datas ainda não estão confirmadas, mas tudo indica que a luta de classificação será em agosto. Devo enfrentar o Gennady Golovkin, do Cazaquistão, que é o atual campeão mundial. Essa luta será muito boa para mim, estou muito confiante. A disputa será em Las Vegas. 

Entre seus novos patrocinadores está a casa de apostas online KTO. Você acha que é possível comparar a sua trajetória com as apostas esportivas?

Sim, na vida e no esporte você precisa se dedicar e estar atento às oportunidades. Com as apostas é bem parecido. E o que eu acho bacana é que, ao apostar - seja em boxe, futebol, ou no que for - o fã tem a chance de ganhar junto com seu ídolo. É uma maneira de estar mais próximo, de estar junto, uma forma diferente de acompanhar a carreira do ídolo. E falando em fã, preciso muito agradecer a todos eles. Foi por causa dos fãs que os patrocinadores vieram até mim. Se não fossem essas pessoas compartilhando os posts, subindo hashtag, fazendo campanha e tudo o mais, eu não teria recebido o apoio das empresas. Então fica aqui registrado o meu muito obrigado.  

Qual a diferença entre o Esquiva que ganhou a medalha em 2012 e o Esquiva hoje?

O Esquiva de 2012 era um menino que tinha sonhos para serem realizados e que não iria desistir, ele sabia que poderia conquistar. E o de hoje conquistou o sonho dele. Hoje ele é um campeão porque venceu as batalhas, hoje tem uma família, tem uma casa. O Esquiva de hoje é um homem que continua conseguindo conquistar seus objetivos e seus sonhos.

Além do cinturão, quais são as outras metas para sua carreira? O que te motiva a continuar lutando?

Além do cinturão, quero abrir ONGs e academias para ajudar os jovens a terem uma segunda opção. A primeira é a escola. E a segunda é o esporte. Nem toda criança gosta de estudar. Quando ela não gosta de ir pra escola, acaba indo pro lado errado. Mas tendo o esporte, podemos salvar essas vidas. Essas crianças podem até ganhar medalhas. É meu desejo e meu sonho salvar essas vidas para o esporte.

Como você enxerga o papel e a situação do boxe nacional hoje?

Depois que eu passei para o boxe profissional parei de acompanhar tanto o Olímpico. Mas está complicado porque atrapalhou as viagens dos atletas, que são muito importantes para que os atletas olímpicos ganhem experiência. Mesmo assim, acredito que o Brasil pode conquistar medalha. E o boxe profissional nacional está um pouco fraco, mas segue na média com muitos países importantes. É preciso ter um nome forte para o esporte voltar a ser amado pelo brasileiro, assim como tivemos o Acelino Freitas “Popó”, o  Eder Jofre e o Maguila. 

Como é olhar para o espelho e ver uma pessoa que nunca perdeu uma luta profissional?

Atualmente tenho 28 lutas, 28 vitórias, sendo 20 por nocaute. Estou ranqueado entre os três maiores do mundo na minha categoria. Quando eu olho no espelho,  passa um filme na minha cabeça. Meu pai e minha mãe não tiveram como me proporcionar uma estrutura de alto nível. E mesmo assim,  hoje eu estou aqui. Quando eu olho no espelho, vejo aquele menino que gostava de treinar e brincar... e que hoje está crescendo para ser um grande ídolo do boxe. Se Deus permitir eu vou conseguir ser esse atleta que todo mundo está esperando. Da mesma forma que temos o Neymar no futebol, o  Medina no surfe e Guga no tênis, eu quero ser o Esquiva Falcão do boxe. 

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