Deputados afirmaram ao blog que, na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados, o governo de Jair Bolsonaro está prometendo liberar verbas extras do orçamento deste ano.Segundo adversários do governo no Legislativo, a promessa seria de repasse extra de R$ 10 milhões a cada deputado que se alinhar ao governo. Os recursos viriam de projeto aprovado em novembro e que direcionou R$ 6 bilhões para ministérios fazerem investimentos ainda em 2020.De acordo com parlamentares ouvidos pelo blog, o Palácio do Planalto tem avisado a deputados que o alinhamento deve incluir o apoio ao candidato do governo à presidência da Câmara. Hoje, esse nome é o de Arthur Lira (PP-AL),que lança sua candidatura nesta quarta-feira (9).Assessores do presidente da República negam que o repasse extra do orçamento seja para garantir votos a Lira. Segundo eles, os recursos fazem parte de acordos feitos este ano para votação de projetos da agenda econômica do governo. De acordo com esses assessores, os valores ainda não tinham sido liberados porque o Congresso demorou a aprovar o projeto de lei que remanejou os R$ 6 bilhões. O projeto foi negociado com a equipe econômica após pressões de ministros, como Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) e Tarcísio de Freitas (Infraestrutura), para receberem mais verbas para investimentos. Dos cerca de R$ 6 bilhões, pouco mais da metade será direcionada a projetos indicados por deputados e senadores em negociações com os ministros.Arthur Lira tem tentado sinalizar que não será o candidato oficial do Palácio do Planalto e que representará toda a Câmara. Seu slogan será "Para toda Câmara ter voz". Nos bastidores, Lira diz que, diferente do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), irá negociar com todos, não apenas com o grupo de quem é mais próximo. É uma forma de o líder do PP tentar atrair aliados de Rodrigo Maia, inclusive de partidos de esquerda. Porém, hoje esse grupo de legendas está ao lado do atual presidente da Câmara e negocia a construção de um nome que possa derrotar Arthur Lira e evite que o Planalto tenha um aliado direto à frente da Casa. VÍDEOS: veja as últimas notícias da política