Segundo vice-presidente, 'pouca gente' das agências civis apareceu nas operações de 2021. Governo encerrou na sexta (30) operação militar na Amazônia. Vice-presidente, Hamilton Mourão, na chegada ao Palácio do Planalto nesta segunda-feira (3).
Guilherme Mazui/G1
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou nesta segunda-feira (3), que as agências de fiscalização ambiental precisam se colocar “efetivamente em campo” para que seja possível reduzir o desmatamento na região.
O governo encerrou na sexta-feira (30) a Operação Verde Brasil 2, após o presidente Jair Bolsonaro não renovar a operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) que autorizou o emprego das Forças Armadas em ações de combate ao desmatamento e aos focos de incêndio na Amazônia.
Questionado se o governo conseguirá reduzir índices de desmatamento sem a operação militar, Mourão declarou que o planejamento prevê ajustar o trabalho todas as semanas e que as agências ambientais precisam se apresentar para o trabalho com “mais gente”.
“Atuando de acordo com o planejamento que nós estamos fazendo, semanalmente ajustando as condutas para as áreas que estão apresentando maior incidência de irregularidades, com as agências se colocando efetivamente em campo, não é aparecendo só dois agentes, três, tem que aparecer mais gente”, disse o vice.
O governo avaliou renovar a GLO, o que não aconteceu. Assim, a Operação Verde Brasil 2, que teve início em maio de 2020, foi substituída pelo Plano Amazônia 2021-2022, elaborado pelo Conselho Nacional da Amazônia Legal, presidido por Mourão.
O plano prevê o trabalho integrado do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) com órgãos estaduais e municipais de fiscalização ambiental, com o apoio das Forças Armadas, se necessário, na parte logística. O governo vai concentrar a atuação em 11 municípios com maior incidência de crimes ambientais.
Segundo Mourão, nos primeiros meses de 2021 “pouca gente” dos órgãos ambientais apareceu nas operações. Ele disse que é preciso se despir das vaidades para combater crimes ambientais.
“Durante esse período aí agora no começo do ano pouca gente aparecendo nas operações conjuntas, porque não é simples. Operação interagências requer muito espírito de cooperação, requer que um aprenda a linguagem do outro, as vaidades têm que ser despidas. E lembrar que a gente está trabalhando pelo bem comum e o objetivo comum que é impedir que as ilegalidades aconteçam”, afirmou.
Há duas semanas, durante a Cúpula de Líderes sobre o Clima, Bolsonaro reforçou a intenção de zerar o desmatamento ilegal até 2030 (seu mandato termina em dezembro de 2022).
O governo discute há meses formas de recompor o efetivo de órgãos como Ibama e ICMBio, inclusive com a possibilidade de contratações temporárias. No entanto, até o momento não houve definição.
O plano do Ministério do Meio Ambiente é ampliar o efetivo da Força Nacional de Segurança, composta por policiais militares dos estados, para destinar equipes que trabalharão em ações ambientais na Amazônia.
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