Único requerimento aprovado é para ouvir o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que fala à CPI na quinta (6). Entre alvos dos pedidos estão ministros da Economia e Relações Exteriores. Em menos de uma semana, a CPI da Covid já recebeu pedidos para a convocação de seis ministros do governo de Jair Bolsonaro.Os senadores querem ouvir os auxiliares do Planalto principalmente sobre a aquisição de vacinas, sobre os critérios para o repasse de verba federal aos estados e municípios e o atraso na entrega de equipamentos e de insumos essenciais para o combate à doença. Instalada na semana passada, a comissão de inquérito visa investigar ações e omissões do governo durante a pandemia do novo coronavírus.Até o momento, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, foi o único ministro do governo que teve a convocação aprovada – ele falará à comissão na próxima quinta-feira (6).CPI da Covid: depoimentos de ex-ministros da Saúde começam amanhãAlém dele, ex-ministros da Saúde do governo Bolsonaro foram chamados a depor.Outros ministrosO mais recente requerimento apresentado é para que o ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto Franco França, seja convocado a depor na CPI (leia mais abaixo).Além dele há pedidos para que sejam ouvidos:Paulo Guedes (Economia)Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia)Wagner Rosário (Controladoria-Geral da União)Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil)Walter Braga Netto (Defesa)O requerimento para que França seja ouvido foi protocolado pelos senadores Humberto Costa (PT-PE) e Rogério Carvalho (PT-SE).Eles querem que o ministro dê explicações sobre a política externa brasileira para a aquisição de vacinas, as relações diplomáticas com a China e a distribuição de hidroxicloroquina, remédio com ineficácia cientificamente comprovada, enviada pelos Estados Unidos.Substituto de Ernesto AraújoFrança assumiu o Itamaraty no último dia 6 de abril, em substituição Ernesto Araújo. Na ocasião, ele afirmou que o serviço diplomático do Brasil no exterior trabalharia por uma “verdadeira diplomacia da saúde” com vistas a conseguir vacinas e medicamentos necessários para o enfrentamento da pandemia de Covid-19 no país. O chanceler disse ainda que pretendia engajar o país em esforços de cooperação internacional “sem preferências desta ou daquela natureza”. No requerimento de convocação, os senadores enumeram seis pontos que devem ser investigados junto ao ministro. São eles: Adesão “tardia e insuficiente” ao consórcio Covax Facility e “atitude hostil” em relação à Organização Mundial da Saúde (OMS); Política de estado de hostilidade em relação à China e às suas vacinas; Não-autorização da vacina russa Sputnik V; Viagem oficial a Israel para obter medicamento experimental de aplicação nasal contra o coronavírus, em fase incipiente de testes, sem equipe técnica qualificada na delegação; Distribuição de 2 milhões de doses de hidroxicloroquina “doadas” pelo governo dos Estados Unidos ao Brasil; Posição brasileira na Organização Mundial do Comércio (OMC) contrária ao licenciamento compulsório das vacinas No pedido, os senadores afirmam que a política externa brasileira, enquanto comandada por Ernesto Araújo, isolou o país no cenário mundial e a criou obstáculos à cooperação com outros países no combate à pandemia. “O convocado é uma pessoa diretamente relacionada aos fatos acima. Como atual ministro de Estado das Relações Exteriores ele tem a função de consertar os estragos realizados pelo ex-ministro Ernesto Araújo, o grande mentor e executor dos fatos narrados”, afirmam Humberto Costa e Rogério Carvalho. Para o depoimento do chefe do Itamaraty ser obrigatório, o requerimento tem de ser aprovado pela CPI.