A Procuradoria-Geral da República pediu esclarecimentos ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sobre a acusação de que teria atuado para dificultar investigações da Polícia Federal e defender interesse de madeireiros.
As informações servirão para que o Ministério Público avalie um pedido de abertura de inquérito para investigar o caso.
Pedidos de investigação foram apresentados pelo delegado da Polícia Federal Alexandre Saraiva, então superintendente da PF no Amazonas, tanto à PGR quanto ao Supremo Tribunal Federal. Um terceiro pedido de investigação também foi feito pelo PDT.
As notícias-crime envolvem a suspeita de que Salles, o senador Telmário Mota (Pros-RR) e o presidente do Ibama, Eduardo Bim, tenham agido para dificultar a investigação da Polícia Federal sobre a maior apreensão de madeira da história – mais de 200 mil metros cúbicos – e defender o interesse de madeireiros.
No caso das representações enviadas ao STF, a relatora dos pedidos, ministra Cármen Lúcia, já tinha determinado que a PGR se manifestasse sobre a possibilidade de abertura de uma apuração oficial contra o ministro. É praxe que ministros do STF enviem esse tipo de ação para manifestação da PGR, que é responsável por propor investigação do de autoridades com foro ao Supremo.
“Vindo a esta relatoria notícia-crime de gravidade incontestável e de descrição minudente de aparente antijuridicidade de práticas relatadas, há de se determinar o encaminhamento da petição para exame do Procurador-Geral da República e para o exercício de suas atribuições constitucionais”, escreveu então a ministra.
Na semana passada, Salles pediu uma audiência virtual com Cármen Lúcia para se explicar sobre os fatos.