Investidores avaliam dados sobre o mercado de trabalho nos EUA Após abrir em leve alta, o dólar comercial passou a cair, em reação ao relatório de criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos, que ficou bem abaixo das estimativas dos analistas.
Por volta das 9h50, o dólar recuava 0,57%, para R$ 5,2480, em linha com o movimento global da moeda, que afundou diante de rivais fortes, como euro, libra e iene, na esteira dos dados decepcionantes. O relatório americano de emprego apontou criação de 266 mil vagas no mês de abril, sendo que a expectativa do mercado era de 1 milhão de postos.
Andrew Harrer/Bloomberg
Desta forma, o real se alinhava às divisas emergentes, que apresentam valorização diante do dólar. No horário acima, o dólar caía 0,87% ante o peso mexicano, 0,40% em relação ao rublo russo, 0,22% contra o rand sul-africano e 0,14% diante da lira turca.
No mercado de juros, as taxas, que também subiam antes dos números do mercado de trabalho americano, amenizaram a alta, com algumas quedas sendo vistas em alguns dos vértices da curva.
As taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 passavam de 4,80% para 4,835%; as do DI para janeiro de 2023 variavam de 6,55% para 6,585%; as do DI para janeiro de 2025 tinham leve alta de 8,03% para 8,04% e as do DI para janeiro de 2027 caíam de 8,69% para 8,65%.
O movimento das taxas de maior prazo acompanha o retorno dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos (Treasury) que vencem em 10 anos. O rendimento do Treasury, que avançava para 1,57% antes do relatório americano, despencou para 1,509% após os dados, um recuo de 6 pontos-base em comparação ao fechamento de quinta-feira.
Enquanto isso, os juros curtos ficam mais pressionados por conta dos dados de atividade e de inflação acima do esperado. Nesta manhã, o IBGE apontou que o volume de vendas no varejo restrito cedeu 0,6% em março, sendo que a mediana de projeções do Valor Data era de baixa de 3,9%. Para o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, o bom resultado foi “espalhado entre os setores”, com destaque para o avanço de hipermercados.
Além disso, o IGP-DI encerrou abril em alta de 2,22%, acima da mediana de estimativas apuradas pelo Valor Data, de 1,67%. O percentual foi até mesmo superior ao registrado em março, de 2,17%. Apesar da queda nos preços de combustíveis no mês passado, a alta das commodities agrícolas e minerais voltou a acelerar os preços ao produtor, que têm peso de 60% no indicador, informa a FGV.