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Fachin e Aras discutem nesta sexta-feira limitação de operações policiais em favelas do Rio

Por Redação

10/12/2020 às 22:19:40 - Atualizado há
Decisão do STF em agosto restringiu ações policiais em comunidades durante a pandemia. Polícias argumentam que inviabilizar operações fortalece facções criminosas e milícias. O procurador-geral da República, Augusto Aras, se reunirá nesta sexta-feira (11) com o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), para discutir o cumprimento da ordem do tribunal que limitou as operações policiais em comunidades do Rio de Janeiro durante a pandemia do coronavírus.

Fachin é o relator de uma ação do PSB e de instituições de defesa dos direitos humanos que questionam a política de segurança pública do Rio de Janeiro.

Em agosto, o STF definiu que, durante a pandemia, só estavam liberadas as operações "em hipóteses absolutamente excepcionais, que devem ser devidamente justificadas por escrito pela autoridade competente".

Nesta quinta-feira (10), o governador em exercício do Rio, Cláudio Castro, discutiu o assunto em uma reunião com Augusto Aras, o ministro da Justiça, André Mendonça, e representantes das policias e do Ministério Público do estado.

Os representantes das forças de segurança defenderam que inviabilizar as operações em comunidades pode representar sério risco à segurança pública do estado, permitindo o fortalecimento de facções criminosas e de milícias.

Segundo informações da PGR, os secretários das polícias Militar e Civil do Rio de Janeiro defenderam a necessidade de “aprofundar a discussão e compreender a situação de violência no estado que, por vezes, exige a atuação policial imediata e urgente, situações nas quais é preciso mobilizar contingente maior”.

Aras classificou de "altíssima complexidade” a situação da segurança pública no Rio.

“É uma situação extremamente difícil, mas compete-nos dar uma satisfação ao STF e à população do estado. Por isso, a importância desse diálogo contínuo entre as instituições. Precisamos buscar soluções procedimentais para garantir os direitos dos cidadãos e a segurança de todos", afirmou Aras, segundo a PGR.

De acordo com a procuradoria, os secretários das polícias Militar e Civil do Rio de Janeiro disseram que a decisão do Supremo vem sendo cumprida integralmente e que foi adotado um protocolo a fim de evitar incursões e diligências em comunidades.

No último dia 25, Fachin cobrou do governo do Rio de Janeiro explicações sobre operações policiais realizadas em comunidades e favelas do estado entre agosto e outubro. O período é posterior à decisão que limitou esse tipo de incursão policial durante a pandemia do coronavírus.
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