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Ciência e Saúde

Menores de 20 anos morrem por Covid-19 no Brasil 7 vezes mais do que em países desenvolvidos


Os dados são de um estudo da UFMG publicado na revista The Lancet. Crianças também precisam usar máscaras de proteção contra o coronavírus

Eliane Neves/Fotoarena/Agência O Globo

A taxa de mortalidade de crianças e adolescentes infectados pelo coronavírus no Brasil é sete vezes maior do que em países desenvolvidos. Das pessoas de 20 anos ou menos infectadas pela doença que foram internadas no ano passado, 7,5% acabaram morrendo. No Reino Unido, por exemplo, esse índice é de cerca de 1%.

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A informação é resultado de uma pesquisa realizada na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O estudo foi publicado na The Lancet, uma das revistas científicas mais prestigiadas do mundo.

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O levantamento revelou também que as regiões Norte e Nordeste têm os piores índices de mortalidade entre crianças e adolescentes que contraíram o coronavírus. As menores taxas ficam na região Sudeste.

Os pesquisadores concluíram que essa diferença tem relação com a circulação de novas variantes, que foram registradas primeiro no Amazonas. Mas a disparidade também ocorre devido à falta de infraestrutura hospitalar, como afirma uma das responsáveis pelo levantamento, professora da Faculdade de Medicina da UFMG, Ana Cristina Simões e Silva.

"Existe um déficit no nosso país em relação à atenção. Algumas regiões são desprovidas de determinados recursos. O acesso, quando a criança precisa de ventilação mecânica, vaga em UTI, algumas regiões têm restrição em relação a isso. Então a gente viu que, realmente, isso impacta em uma taxa de óbito mais elevada mesmo', explica. 'As regiões mais pobres tendem a ter um percentual em torno de três vezes maior do que as outras regiões", disse ela.

O estudo também identificou que a mortalidade entre crianças e adolescentes indígenas é duas vezes maior, comparada com outras raças. Além disso, jovens de classes sociais mais baixas e com comorbidades morreram mais, segundo o levantamento. Uma tendência que estudos sobre os adultos infectados também já revelaram.

As análises por idade mostraram que os adolescentes entre 12 a 19 anos e as crianças menores de 2 anos têm mais risco de morrer pelo coronavírus.

Os pesquisadores da UFMG avaliaram os casos de mais de 11 mil pacientes, com dados do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe, do Ministério da Saúde, um banco de dados nacional com pacientes dos sistemas público e privado.

Foram analisados todos os casos confirmados de Covid-19 em pessoas menores de 20 anos, entre fevereiro do ano passado e janeiro de 2021, um total de 11.613 pacientes infectados. Esta é a pesquisa com o maior número de pacientes pediátricos da doença já analisados no mundo, até o momento, segundo os estudiosos da UFMG.

O estudo recebeu verba da FAPEMIG, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais, e do CNPq, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.

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