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Ciência e Saúde

CPI deve questionar PF para saber se Bolsonaro pediu apuração de problemas na compra da Covaxin


Ex-coordenador do Ministério da Saúde diz que sofreu 'pressão atípica' para aprovar compra vacina indiana e que, ao avisar Bolsonaro, ouviu que a Polícia Federal seria acionada. O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), afirmou nesta quarta (23) que a comissão vai solicitar informações ao diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Maiurino, para saber se o presidente Jair Bolsonaro avisou de supostas irregularidades na compra da vacina Covaxin.

"Acabei de pedir ao delegado da Polícia Federal que trabalha com a gente para pedir informação ao diretor-geral da Polícia Federal, para saber se houve inquérito para investigar essa questão da Covaxin", disse o presidente da CPI.

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A comissão aprovou nesta quarta o convite para que o ex-coordenador de Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda, preste depoimento à CPI. A sessão deve acontecer nesta sexta (25) com a presença do irmão de Luis Ricardo, o deputado Luis Miranda (DEM-DF).

O ex-gestor do Ministério da Saúde disse ao Ministério Público Federal (MPF) que recebeu uma "pressão atípica" por parte de superiores de dentro da pasta para a compra da Covaxin. O MPF investiga indícios de crime e aponta para risco temerário na compra do imunizante.

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Em entrevista ao jornal "O Globo", Luis Ricardo Miranda disse que avisou pessoalmente a Bolsonaro sobre as suspeitas de irregularidades na importação da vacina. O ex-coordenador afirma que o presidente da República se comprometeu a alertar a Polícia Federal.

Aziz avalia como "preocupante" a possibilidade de Bolsonaro não ter tomado "providências", caso sejam verdadeiras as declarações de Luis Ricardo.

"O presidente, se foi comunicado e tomou providência, ótimo. Se não tomou providências, é preocupante", afirmou.

"Eu pedi uma informação do diretor-geral da Polícia Federal se houve o pedido para investigar a compra da Covaxin. Se o presidente ligou para o diretor-geral da Polícia Federal e disse 'ó, tem uma denúncia aqui feita pelo deputado Luís Miranda e pelo irmão dele e a gente quer saber se realmente tocaram essa investigação'", explicou o presidente da CPI.

Deputado procurou CPI

Nesta quarta, Omar Aziz informou que o deputado Luis Miranda chegou a procurar a CPI para dizer que o irmão, quando gestor do Ministério da Saúde, tinha sido "pressionado" – e que o fato também tinha sido comunicado a Bolsonaro.

De acordo com o senador, a comissão também votará a quebra de sigilo da empresa Madison Biotech, que estaria envolvida no contrato de aquisição como fornecedora da Covaxin.

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"Essa Madison Biotech está em Singapura, eles queriam que depositasse o dinheiro em Singapura. Isso aí, a gente já vai mandar quebrar o sigilo", declarou Aziz.

Durante a reunião desta quarta da CPI, o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou que a operação de compra do imunizante indiano é "suspeita" pois é a "única aquisição que teve um atravessador, a empresa Precisa".

A Precisa Medicamentos atua como representante da empresa indiana de biotecnologia Bharat Biotech, que desenvolveu a vacina Covaxin, no Brasil.

O sócio da empresa brasileira, Francisco Maximiano, iria depor nesta quarta à CPI, mas pediu adiamento porque voltou da Índia há poucos dias e está em quarentena sanitária. O depoimento deve ser remarcado para a próxima semana.

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