AGU informou decisão ao STF e pediu fim das investigações, paralisadas em setembro após impasse sobre o depoimento. Inquérito foi aberto em abril, com base em declarações de Moro. O presidente Jair Bolsonaro abriu mão de prestar depoimento à Polícia Federal no inquérito que apura suposta tentativa de interferência na autonomia da corporação. A decisão foi informada ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela Advocacia-Geral da União (AGU) nesta quinta-feira (26). O inquérito está paralisado desde 17 de setembro em razão da indefinição sobre o depoimento do presidente da República.No documento, a AGU informa ao STF o desejo de "declinar do meio de defesa que lhe foi oportunizado unicamente por meio presencial no referido despacho". O governo tentava autorização para que Bolsonaro pudesse apresentar depoimento por escrito, em vez de comparecer presencialmente.A AGU diz ainda que "roga pronto encaminhamento dos autos a? Policia Federal para elaborac?a?o de relatorio final a ser submetido, ato continuo, ainda dentro da prorrogac?a?o em curso, ao Ministerio Publico Federal”.O pedido da AGU será analisado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso desde outubro. Como investigado, Bolsonaro tem a prerrogativa de permanecer em silêncio.Mesmo se a Polícia Federal marcar data para o depoimento, Bolsonaro pode faltar ao compromisso sem ser punido. Em 2018, o STF proibiu a chamada "condução coercitiva", quando o investigado ou réu era obrigado a depor.A oitiva do presidente é apontada como uma das últimas medidas para o desfecho das investigações.A abertura do inquérito foi autorizada no final de abril e tem como base a denúncia feita pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro, que pediu demissão alegando suposta tentativa de Bolsonaro de interferir na Polícia Federal para proteger familiares e aliados.Depoimento de Bolsonaro foi solicitado pela PF e autorizado pelo STF; relembreDepoimento presencialEntão relator do caso no STF, o ministro Celso de Mello determinou em 11 de setembro que o presidente Jair Bolsonaro prestasse depoimento presencial no inquérito sobre suposta interferência na PF.O ministro também negou que as respostas fossem apresentadas por escrito. Como investigado, Bolsonaro teria de comparecer ao agendamento da Polícia Federal – mas com o direito de permanecer em silêncio.O relator determinou, ainda, que a defesa de Moro poderia acompanhar o interrogatório e fazer perguntas ao presidente. A AGU recorreu e, em plenário, o julgamento foi aberto apenas para o voto do próprio ministro Celso de Mello, que se aposentou na semana seguinte.Celso de Mello vota a favor de depoimento presencial de Bolsonaro à PF