Inebriante e altamente teatral, filme dirigido pelo francês Leos Carax e protagonizado por Adam Driver e Marion Cotillard se mostrou uma boa escolha de abertura para o evento. Angele, Simon Helberg, Marion Cotillard, o diretor Leos Carax, Adam Driver, e os roteiristas Russell Mael e Ron MaelEric Gaillard/ReutersUm musical estrelado por Adam Driver ("História de um casamento") e Marion Cotillard ("Dois dias, uma noite") como amantes presos em uma relação sinistra abriu a mostra competitiva de Cannes nesta terça-feira (6), trazendo riffs de rock e ares de ópera para o festival de cinema em sua grande noite de reabertura. Veja FOTOS do primeiro dia do festivalO inebriante e altamente teatral "Annette", dirigido pelo francês Leos Carax ("Holy motors"), se mostrou uma boa escolha de abertura para o evento, após o cancelamento da edição de 2020 por causa da pandemia de coronavírus. A história, contada ao som da dupla de rock norte-americana Sparks, que também assina o roteiro, se baseia em parte no mundo artístico e nos efeitos destrutivos da fama.Em alguns momentos absurdo, em outros profundo e pungente, o filme pressionou suas estrelas ao limite no canto, afirmou Driver. O ator - que interpreta um comediante de stand-up sarcástico que se apaixona por Ann, uma tímida cantora de ópera antes do amor dos dois azedar - teve uma breve cena cantando no filme "História de um Casamento", de 2019, mas faz o que pode pelos agudos e graves de seu personagem em "Annette"."É tão cinemático e às vezes aquelas imagens precisam de ensaio ou, você sabe, cantar numa motocicleta a 100 km/h", disse Driver à Reuters antes da estreia.Cotillard, que ganhou um Oscar em 2008 pela cinebiografia da cantora Edith Piaf "La Vie en Rose", precisou de apoio para seus vocais em algumas composições.A história toma um rumo sombrio quando os personagens de Driver e Cotillard têm uma filha, Annette, e a relação começa a se desintegrar no momento em que a carreira dele declina e a dela cresce para um sucesso cada vez maior. "Um dos temas com os quais realmente me identifiquei é como somos impactados pela necessidade de reconhecimento", disse Cotillard em uma entrevista.