Presidente afirmou que, caso projeções se confirmem, Brasil pode terminar 2020 com mais gente empregada que em 2019. Acumulado até outubro aponta perda de 171.139 empregos. O presidente Jair Bolsonaro comemorou nesta quinta-feira (26) dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) para outubro divulgados pelo Ministério da Economia. Em cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente também afirmou que o ministro Paulo Guedes é "insubstituível".
“Desde julho, julho, agosto, setembro, tivemos superávit, saldo positivo no Caged. Tivemos mais emprego do que desemprego. E agora, levando-se em conta outubro, que é o antepenúltimo mês para findar o ano, o Caged nos deu um superávit de 400 mil novos empregos de carteira assinada”, disse o presidente.
Segundo o Caged divulgado nesta quinta, a economia brasileira gerou 394.989 empregos com carteira assinada em outubro. É o maior número para um mês de outubro na série histórica iniciada em 1992, segundo o Ministério da Economia.
"Pode ficar tranquilo, [presidente da Caixa] Pedro Guimarães, que nosso 'Posto Ipiranga' é insubstituível. Não falarei de economia", afirmou Bolsonaro na cerimônia.
O apelido "Posto Ipiranga" foi dado por Bolsonaro a Guedes ainda na campanha, quando o então candidato à presidência dizia não entender nada de economia.
Dados do Caged
O saldo de 394 mil vagas representa a diferença entre as contratações e as demissões. Em outubro, o país registrou:
1.548.628 contratações
1.153.639 demissões
Foi o quarto mês seguido em que as contratações com carteira assinada superaram as demissões.
"Foi a maior número de geração de empregos da série histórica do Caged, desde 1992", disse o ministro da Economia, Paulo Guedes, em declaração após o anúncio do resultado. Ele classificou a notícia como "extraordinária".
Parcial de 2020
Para o Brasil encerrar 2020 com mais contratos formais de trabalho do que em 2019, será preciso lidar com um saldo negativo de 171.139 carteiras no acumulado até outubro.
Nos primeiros dez meses de 2019, sem pandemia, o Brasil registrou alta no emprego, com um saldo positivo acumulado de 841.589 vagas ocupadas.
O resultado acumulado entre janeiro e outubro de 2020 foi o pior para o período desde 2016, quando o país fechou 751.816 postos de trabalho com carteira assinada, entre contratações e demissões.
As demissões no acumulado do ano refletem o impacto da recessão na economia brasileira gerada pela pandemia do novo coronavírus.
A estimativa mais recente dos economistas dos bancos é de que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro vai cair 4,5% neste ano. Entretanto, nos últimos meses, dados já apontam para uma recuperação do nível de atividade e para a saída da recessão.
Segundo o Ministério da Economia, mesmo com o crescimento dos empregos formais nos últimos três meses, ainda não houve recuperação das perdas registradas entre março e maio deste ano. No período, o Brasil registrou 1,594 milhão de demissões a mais do que contratações.
De julho a outubro, o Brasil registrou 1,092 milhão de novas vagas com carteira assinada.