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Política

Secretário do Ministério da Saúde diz que seria 'irresponsável' especificar data de início da vacinação contra Covid-19


Em vídeo gravado na sexta-feira (11), Elcio Franco diz que definição de calendário 'depende de registro' de imunizantes na Anvisa. Neste domingo, ministro do STF deu prazo de 48 horas para que o MS informe datas. Secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, fala sobre vacinação em vídeo divulgado neste domingo

Reprodução

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, afirmou que seria "irresponsável" especificar a data de início da vacinação contra a Covid-19 sem o registro e aprovação de vacinas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A declaração do número 2 do Ministério da Saúde foi dada em vídeo gravado na última sexta-feira (11) e divulgado neste domingo (13), no canal da pasta no YouTube.

Neste domingo, o ministro Ricardo Lewandowski, relator de ações sobre plano de vacinação no Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o Ministério da Saúde informe, no prazo de 48 horas, as datas de início e término do plano nacional de vacinação contra a Covid-19.

No sábado (12), o governo entregou ao Supremo o programa de imunização com previsão de 108 milhões de doses para grupos prioritários. O material não especifica uma data para início da aplicação de vacinas.

"Seria irresponsável darmos datas específicas para o início da vacinação porque depende de registro em agência reguladora, posto que só saberemos da segurança completa quando finalizados os estudos clínicos da fase 3", afirmou Elcio Franco na gravação.

"Como estabelecer um calendário de vacinação sem saber se a vacina estará liberada para uso com a certeza de sua segurança e eficácia?", questionou o secretário do MS em outro momento do vídeo.

CoronaVac

No mesmo material, Franco também afirmou que o governo comprará doses da vacina CoronaVac, desenvolvida pela chinesa SinoVac em parceria com o Instituto Butantan quando esta for registrada e aprovada pela Anvisa.

"A vacina anunciada pelo Butantan, maior fornecedor de vacinas para o Ministério da Saúde, ao ser registrada e aprovada pela Anvisa, confirmando suas condições de segurança e eficácia, será também adquirida e adicionada ao plano nacional de vacinação contra a Covid-19", declarou.

Do plano de vacinação entregue ao STF, não consta acordo para aquisição da CoronaVac, mas o imunizante aparece na lista de 13 "vacinas candidatas".

No vídeo divulgado no canal do Ministério da Saúde, as declarações sobre a CoronaVac foram dadas depois que Elcio teceu críticas ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

A CoronaVac tem sido motivo de briga política entre o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o presidente Jair Bolsonaro.

Em outubro, Ministério da Saúde afirmou que compraria doses da CoronaVac, mas a possível aquisição foi desautorizada pelo presidente Jair Bolsonaro.

Em novembro, Bolsonaro chegou a comemorar em uma rede social a suspensão de testes do imunizante, determinada pela Anvisa após a morte de um voluntário que cometeu suicídio. A agência reverteu a própria decisão e os estudos foram retomados dois dias depois.

João Doria já definiu o próximo dia 25 de janeiro como data de início da aplicação da CoronaVac em São Paulo.

Na última quinta-feira (10), um grupo de cientistas pediu ao Ministério da Saúde que incluísse a CoronaVac no plano de imunização. Os pesquisadores destacaram a necessidade de um grande número de doses para assegurar a cobertura vacinal no país.

Na sexta-feira (11), após reunião com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), afirmou, em uma rede social, que o governo federal iria requisitar todas as vacinas disponíveis contra a Covid-19, possibilidade que seria prevista em uma medida provisória. O Ministério da Saúde negou a informação.

No mesmo dia, João Doria reagiu e disse que a suposta requisição representaria um "confisco", por parte do governo, de imunizantes.

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