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Minas Gerais

Escolha do acesso venoso para o tratamento oncológico


Quais são as opções mais utilizadas? Acesso venoso

Acervo da Solus Oncologia

Com o avanço dos tratamentos do câncer pela via endovenosa, os cateteres passaram a ser dispositivos fundamentais no tratamento oncológico com diversas apresentações e ampla disponibilidade no mercado. A escolha do cateter a ser utilizado não é uma decisão simples e não se trata do “melhor” ou “pior” cateter, mas sim daquele adequado a situação proposta.

Antes de iniciar o tratamento venoso contra o câncer (antineoplásico) é indispensável que o paciente se submeta a uma avaliação de sua rede venosa pelo enfermeiro. Além das condições de integridade venosa do paciente, a análise é feita considerando o protocolo de tratamento prescrito pelo médico, o perfil das medicações que serão utilizadas, a duração do tratamento e as preferências do paciente.

Acessos vasculares são parte essencial do plano terapêutico, principalmente em se tratando do paciente em tratamento oncológico que terá sua rede venosa frequentemente manipulada, não somente para receber os medicamentos antineoplásicos, mas para realização de exames laboratoriais, exames de imagem e, eventualmente caso exista necessidade, a realização de antibioticoterapia venosa, reposição de eletrólitos, transfusão de sangue e anestesia em procedimentos cirúrgicos.

Diante dessas considerações, afirma-se que a preservação do capital venoso do paciente também faz parte do tratamento, o que faz a escolha do acesso venoso adequado ao protocolo prescrito uma atividade criteriosa e de responsabilidade profissional.

O cateter intravenoso periférico é aquele realizado no braço e corresponde ao procedimento mais utilizado por ser menos complexo, de baixo custo e por poder ser inserido imediatamente antes do início da medicação e retirado logo após o término da sessão. São indicados para pacientes que sob avaliação clínica do enfermeiro possuem veias calibrosas, visíveis e elásticas à palpação, o que garante maior segurança para a punção e início do tratamento.

Uma rede venosa fina, frágil, pouco visível e enrijecida, tem maior chance de trauma vascular, aumentando o risco de inflamação das veias o que chamamos de flebites, ou de extravasamento de medicações que podem causar graves lesões teciduais locais.

Algumas medicações utilizadas no tratamento do câncer possuem propriedades que chamamos de vesicantes ou irritantes as nossas veias, isso significa que a cada vez que elas passam pela corrente sanguínea agridem a parede do vaso que com o tempo tende a ficar desagastado.

Dependendo do grau desse desgaste, aumenta o risco desse vaso não suportar e estourar causando o extravasamento dessas medicações que podem causar sérios prejuízos físicos, além de promover o atraso no início ou na continuidade do tratamento antineoplásico.

Escolha do acesso venoso para o tratamento oncológico

Acervo da Solus Oncologia

Quando o cateter venoso periférico não é indicado para o paciente, outra alternativa é o cateter venoso central, que oferece uma veia maior, mais resistente e com um fluxo de sangue mais intenso em seu interior, permitindo que a medicação rapidamente se misture ao sangue e cause menos dano a parede do vaso sanguíneo.

Além disso, ele dispensa a necessidade de múltiplas punções para encontrar a veia, uma vez que o dispositivo fica permanentemente instalado em um acesso venoso, sendo necessário apenas que o profissional capacitado o ative para uso. Neste cenário, temos duas alternativas mais utilizadas na oncologia.

O cateter totalmente implantado, conhecido como port a cath é indicado para pacientes que possuem rede venosa de difícil acesso ou que serão submetidos à tratamento de longa duração por múltiplos ciclos, infusão de drogas vesicantes e/ou irritantes, entre outras.

A inserção é realizada em centro cirúrgico, sob anestesia local ou geral, usualmente por cirurgião habilitado. Este cateter fica totalmente por baixo da pele, dispensa o uso de curativos a não ser quando está em uso, tem menor interferência nas atividades de vida diária e pode permanecer implantado por meses ou até anos.

Deve ser manuseado por profissional capacitado, e exige punção para seu uso com uma agulha específica. Ele é ativado imediatamente antes da administração da medicação e desativado após seu término. A retirada do cateter pode ser feita após o término de todo o tratamento oncológico e período de controle, a critério do oncologista e retirado pelo cirurgião em um pequeno procedimento cirúrgico.

Outra alternativa de cateter central é o de inserção periférica, conhecido como PICC. É indicado para pacientes que possuem rede venosa de difícil acesso ou que serão submetidos à tratamento de no mínimo seis dias, infusão de drogas vesicantes e/ou irritantes, entre outras. Ele pode ser realizado a beira do leito do paciente, sob anestesia local, portanto dispensa a necessidade de centro cirúrgico e/ou anestesia geral.

Pode ser inserido na região do braço do paciente por um enfermeiro ou médico capacitado e habilitado. O dispositivo fica com uma pequena porção discretamente exposta, e necessita de curativo constante. Não é necessária punção do cateter, apenas instalação da medicação na extremidade da porção exposta. Pode ser retirado imediatamente após a última sessão de quimioterapia, a beira do leito, dispensando centro cirúrgico.

O que sabemos é que o importante é conhecer a indicação do dispositivo adequado a partir da análise individualizada, considerando características do paciente e do tratamento. O objetivo dessa análise e seleção responsável é garantir um tratamento seguro e confortável ao paciente.

Vanessa Albuquerque Alvim de Paula COREN MG 478557 Enfermeira Oncológica e Insersora de PICC

Solus Oncologia

Solus Oncologia - Rua São Sebastião 867 - Juiz de Fora/MG - Telefone: (32) 3512-3333

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