Policiais federais percorrem endereços em Minas Gerais, Espírito Santo e Rio Grande do Norte, na manhã desta quinta-feira (5/8) para cumprir 23 mandados de prisão preventiva, 54 de busca e apreensão e cinco medidas cautelares de afastamento de função pública na Operação Panóptico, que investiga um esquema de corrupção no sistema penitenciário do estado. Os alvos vão desde detentos a advogados e um assessor parlamentar.
O caso veio à tona após a apreensão de uma barra de maconha com um detento dentro do Complexo Penitenciário Nelson Hungria (CPNH), em Contagem, na Grande BH. Esse preso também estava com um celular. Ao analisarem o aparelho, os policiais encontraram mensagens e cópias de comprovantes bancários para a esposa de um servidor, o que levantou a suspeita da participação de funcionários do presídio em um suposto esquema de corrupção.
"A evolução das apurações identificou a participação de policiais penais, advogados, detentos do CPNH e de outros estabelecimentos penitenciários, servidores públicos do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (DEPEN/MG) e um assessor parlamentar de um deputado estadual.
Os servidores púbicos alvos da operação ocupam altos cargos de direção no sistema prisional de Minas Gerais. Os elementos colhidos até o momento evidenciam a participação de diversos indivíduos, de forma associada, para práticas criminosas que envolvem o recebimento de vantagem indevida em troca de transferências prisionais e outras benesses dentro do sistema", informou a Polícia Federal (PF).
Os mandados judiciais foram expedidos pela Vara de Inquéritos da Comarca de Contagem e são cumpridos pela Força-Tarefa de Segurança Pública, coordenada pela Polícia Federal e composta pelas polícias Civil e Militar de Minas Gerais, e Polícias Penais Estadual e Federal.
As ordens são cumpridas em Belo Horizonte, Contagem, Vespasiano, Lagoa Santa, Ribeirão das Neves, Ouro Preto, Patrocínio, Formiga, Francisco Sá, Muriaé e São Joaquim de Bicas, Mossoró (RN) e Viana (ES).
"A deflagração de hoje contou com a participação de 214 policiais das instituições integrantes da Força-Tarefa. Os autos tramitam em segredo de justiça e o acesso é restrito ao Juízo, Polícia Judiciaria, Ministério Público e partes envolvidas", explicou a PF. Mais detalhes devem ser divulgados ainda nesta manhã em uma entrevista coletiva.